O rei Charles III deixou sua residência londrina de Clarence House com a rainha Camilla de carro, nesta terça-feira (6), em sua primeira aparição pública desde que anunciou, no dia anterior, que sofre de câncer.

Sorridentes, o monarca, de 75 anos, e sua esposa, de 76, cumprimentaram a multidão, do banco de trás do carro.

Segundo a agência de notícias britânica PA, eles estariam indo para o Palácio de Buckingham, vizinho, antes de pegar um helicóptero para sua residência em Sandringham, no leste da Inglaterra.

Seu filho Harry, que durante anos teve relações difíceis com a família real, desembarcou algumas horas antes no aeroporto de Heathrow, segundo a imprensa britânica, para visitar o pai.

Após 17 meses no trono, Charles III, que iniciou seu tratamento na segunda-feira, ficará ausente da vida pública por tempo indeterminado.

Os votos de boa recuperação chegaram de todo o mundo após o anúncio, que causou comoção no Reino Unido.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, quis transmitir uma mensagem de calma sobre a saúde do rei e garantiu à BBC que o câncer do monarca foi “detectado cedo”.

“É claro que estou em contato regular [com o rei] e continuarei me comunicando com ele como de costume”, acrescentou o líder conservador, que mantém conversas semanais com Charles III.

Embora não tenha sido especificada o “tipo de câncer” que afeta o rei, sabe-se que a doença foi detectada durante uma cirurgia de uma “hipertrofia benigna” da próstata, no final de janeiro, mas que não se trata de câncer de próstata.

– “Muito otimista” –

O soberano garantiu estar “muito otimista” quanto ao seu tratamento e afirmou que continuará supervisionando “os assuntos de Estado e as tarefas administrativas” relacionadas ao seu papel como chefe de Estado de 15 países, incluindo o Reino Unido.

Mas embora já estivesse em repouso devido à cirurgia de próstata, sua ausência da vida pública será provavelmente mais longa do que o esperado. A doença afastará da atenção pública um rei que esperou 70 anos para ascender ao trono, que tem sido particularmente ativo e que multiplica visitas e viagens para o exterior.

“Estamos chocados porque o rei realmente começou forte, ele foi para a França, para a Alemanha, e esperávamos que ficasse assim durante muito tempo”, disse Sue Hazell, que veio visitar o norte da Inglaterra junto com seu marido.

A doença mergulha mais uma vez a monarquia na incerteza, um ano e meio após o choque da morte de Elizabeth II, aos 96 anos, e após mais de 70 anos de reinado.

Principalmente porque uma das figuras mais queridas da família real, a princesa Catherine (Kate Middleton), esposa do príncipe William, se recupera há dias de uma misteriosa cirurgia abdominal realizada em janeiro, pela qual permaneceu hospitalizada por quase duas semanas.

Ela não aparece desde o Natal e só tem retorno previsto para a Páscoa, no final de março.

Portanto, a presença pública da monarquia depende agora da rainha Camilla, e de William, o príncipe herdeiro, de 41 anos.

Pouco antes do anúncio do câncer do rei, o príncipe anunciou que retomaria suas atividades públicas na quarta-feira, suspensas por várias semanas para ficar com Kate e seus três filhos.

A chegada do príncipe Harry a Londres suscitou novas esperanças de reconciliação entre o duque de Sussex, que rompeu relações com a monarquia em 2020, e o resto da família, especialmente o seu irmão.

Segundo a imprensa britânica, ele chegou a Londres sozinho, sem a esposa Meghan e os dois filhos, Archie e Lilibet, como fez na coroação do pai em maio do ano passado.

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