O número de mortos em decorrência das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul chegou a 32 nesta sexta-feira (03/05). De acordo com a Defesa Civil, 74 pessoas estão desaparecidas e 56 ficaram feridas. Os temporais causaram estragos em 235 municípios e afetaram mais de 351 mil pessoas.

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública na quarta-feira devido às chuvas intensas que atingem o estado. Nesta quinta-feira, a barragem 14 de Julho, na Serra Gaúcha, colapsou parcialmente. As autoridades locais pediram para que a população da região saia o mais rápido possível de suas casas. Ao menos 19 barragens no estado estão em estado de alerta ou atenção.

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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que as chuvas, que afetam mais de 100 cidades, já prenunciam o “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material. Segundo Leite, a situação é “pior” do que a registrada no ano passado, quando as inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais.

“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou. Infelizmente, será maior do que o que assistimos no ano passado”, afirmou Leite a coletiva de imprensa no início da noite em Porto Alegre.

Devastação

Além dos mortos e feridos, cerca de 17 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e se alojar na casa de parentes, amigos ou em hospedagens.

A Defesa Civil afirmou que a maior parte das bacias hidrográficas do estado correm o risco de inundação. Há ainda risco de deslizamentos, especialmente na Serra e nos vales dos rios Taquari e Caí.

Até o momento, 235 prefeituras reportaram ao governo estadual terem sido afetadas, seja por alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências dos temporais. As aulas nas escolas da rede pública estadual também foram suspensas até esta sexta-feira.

A previsão do tempo é de que há ainda risco de chuva no Rio Grande do Sul até sábado. Nos últimos quatro dias, choveu no estado o equivale a três vezes a média para esta época do ano, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

“Estamos vivendo um momento muito crítico no estado”, acrescentou Leite antes de usar expressões como “guerra” e “caos” para se referir à situação. De acordo com o governador, deslizamentos de terras estão ocorrendo em boa parte do estado e barragens estão sendo monitoradas, embora ainda não haja evidência de risco de rompimento dessas estruturas.

Apoio do governo federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silvavisitou o estado nesta quinta-feira. Após desembarcar em Santa Maria, o presidente se reuniu com o governador e outras autoridades locais, além de prestar solidariedade às famílias afetadas. Lula prometeu ainda recursos federais para ajudar o estado.

“Em um primeiro momento, temos que salvar vidas. Em um segundo tempo, vamos fazer a avaliação dos danos e buscar dinheiro para reparar”, afirmou Lula. “É o segundo em um ano que acontece. Então é preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho, com muito mais amor”, acrescentou.

Segundo o Ministério da Defesa, desde esta quarta-feira, 335 militares da Aeronáutica, Exército e Marinha foram mobilizados para prestar apoio à população gaúcha, com ajuda de 12 embarcações, cinco helicópteros e 43 viaturas, além de equipamentos para transporte de material e pessoal. Os governos de outros estados, como São Paulo e Santa Catarina, também ofereceram ajuda.

(EBC, ots)