A promotoria acusou Sam Bankman-Fried, cofundador da FTX, de ter “roubado” dinheiro dos clientes da plataforma, durante as alegações finais de seu julgamento em Nova York, no qual o jovem empresário negou ter cometido fraude.

Este caso “não se trata de questões complexas relacionadas a criptomoedas”, afirmou o promotor Nicolas Roos ao júri após vários dias de julgamento, nos quais Bankman-Fried deu seu depoimento e foi interrogado pela defesa e pela acusação.

“Trata-se de mentiras. Trata-se de roubo. Trata-se de ganância”, disse sobre o ex-executivo de 31 anos, cuja fortuna em criptoativos desapareceu após a falência de sua plataforma.

Bankman-Fried, conhecido na indústria como SBF, é acusado de ter usado, sem consentimento, fundos dos clientes da plataforma de câmbio de criptomoedas FTX para financiar investimentos de risco do fundo Alameda Research da empresa, assim como para comprar propriedades nas Bahamas. O valor total desse fluxo foi estimado em 14 bilhões de dólares (69,6 bilhões de reais).

Na primavera de 2022, a indústria de criptomoedas foi abalada por uma série de falências que fizeram com que o valor dos criptoativos, incluindo os da Alameda, despencasse.

Em novembro do ano passado, sua plataforma entrou em colapso, incapaz de lidar com as enormes solicitações de saques por parte dos clientes, preocupados com as operações da empresa.

Quando a poeira baixou, faltavam cerca de 8,7 bilhões de dólares (43,2 bilhões de reais), de acordo com o administrador responsável pela liquidação.

Se for considerado culpado, Bankman-Fried poderá receber uma pena de até 110 anos de prisão.

A acusação argumentou que o júri terá que decidir se “o acusado sabia que pegar o dinheiro estava errado”. “Ele sabia, mas fez mesmo assim”, disse Roos.

Bankman-Fried admitiu, durante o julgamento, que cometeu “erros” de gestão, mas negou veementemente ter cometido fraude.

Alegou que era um jovem empresário sobrecarregado que descobriu os problemas da Alameda tarde demais e que suas diretrizes para gerenciar riscos foram ignoradas por seus colaboradores na empresa, incluindo sua ex-namorada, Caroline Ellison, que era a diretora.

Ellison decidiu colaborar com a promotoria e testemunhou contra seu ex-namorado no julgamento.

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