A Federação Nacional dos Jornalistas emitiu uma nota de repúdio nesta segunda-feira, 12, à transmissão dos eventos de Carnaval no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, e na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, na TV Globo. 

Criticada por internautas, a cobertura também ganhou manifestações negativas e “alfinetadas” de ex-repórteres da emissora, como Cristina Serra — que classificou a transmissão como “desonesta” e “desrespeitosa” — e Monica Sanches — que afirmou que o “mínimo” que um repórter poderia fazer seria levar a preparação para o Carnaval “a sério”.

Nas redes sociais, internautas não pouparam críticas à cobertura das festas. Uma das principais reclamações foi o fato de a equipe de jornalismo da emissora ter sido retirada do comando da transmissão, que ficou sob a chefia do diretor de gênero de variedades Boninho.

A troca do jornalismo para o entretenimento custou caro à emissora, que não exibiu pontos cruciais do evento — como o “esquenta” das escolas de samba, o atropelamento de uma mulher por um carro da Porto da Pedra e a falha em transmitir a comissão de frente da Beija-flor.

Nesse ano, Kenya Sade e Victor diCastro, responsáveis pelas reportagens em campo, foram criticados por suas coberturas “rasas” e pela falha em veicular informações importantes. Na transmissão em estúdio, Alex Escobar, Karine Alves e Milton Cunha marcaram presença.

Os problemas de transmissão motivaram a Fenaj a repudiar a transmissão do evento.

Leia a nota na íntegra:

FENAJ repudia falhas na transmissão e destaca importância do Jornalismo na cobertura do Carnaval

Erros na transmissão, entrevistadores despreparados e desinformados e falta de detalhes foram algumas das reclamações feitas nas redes sociais pelo público que acompanhou os desfiles das escolas de samba pela televisão aberta em rede comercial neste Carnaval de 2024. Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou as/os espectadores sem informações cruciais sobre a festa.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional, pois os/as jornalistas trazem uma perspectiva histórica e social para o trabalho, enriquecendo a compreensão pública do Carnaval.

Por meio de reportagens, análises contextuais e entrevistas, as/os jornalistas oferecem ao público uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do Carnaval. Além disso, destacam-se as questões sociais e políticas que permeiam essa celebração, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade.

Neste sentido, a FENAJ exorta o público a reconhecer o valor inestimável do jornalismo na promoção da informação precisa e na preservação da memória coletiva. Ao valorizarmos o trabalho das/dos jornalistas durante o Carnaval, fortalecemos não apenas a liberdade de imprensa, mas também a nossa compreensão mais profunda das complexidades culturais e sociais que moldam essa festividade tão emblemática.