O Vaticano anunciou nesta quarta-feira (31) a consagração de um novo bispo na China, o terceiro em uma semana, em uma mostra do degelo diplomático entre Pequim e a Santa Sé após várias nomeações de bispos sem a autorização do papa.

O sacerdote Peter Wu Yishun, de 59 anos, foi nomeado bispo de Shaow, na província de Fujian, no sudeste da China, anunciou o Vaticano nesta quarta-feira em um comunicado.

O papa Francisco nomeou o religioso no marco de um acordo histórico, assinado em 2018 entre o regime comunista de Pequim e a Santa Sé, sobre a espinhosa questão da nomeação de bispos na China, em um contexto de tensões que afeta a situação dos católicos no país.

Esta foi a terceira nomeação de bispos com o aval do Vaticano em uma semana, após duas nomeações efetuadas pela diocese de Zhengzhu, na província central de Henan; e na nova diocese de Weifang, na província de Shandong, também no centro.

Esta incomum série de nomeações parece inaugurar um período de apaziguamento diplomático, após meses de tensões entre o Vaticano e Pequim.

Em 2022 e 2023, o Vaticano comunicou seu “mal-estar” com o anúncio da nomeação unilateral de dois bispos pela China, entre eles, o de Xangai, a maior diocese católica del país, e acusou indiretamente Pequim de ter violado o acordo de 2018.

Este pacto, renovado em 2020 e 2022, cujo conteúdo não foi divulgado, tem como objetivo reunir os católicos chineses divididos entre as igrejas oficial e clandestina, e outorga ao papa a última palavra para nomear os bispos.

Em quatro anos, o texto suscitou críticas dentro da Igreja. Alguns veem-no como um controle de Pequim sobre os cerca de 10 milhões de católicos no país, onde as limitações às liberdades religiosas continuam sendo um alvo.

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