Neste ano, a televisão brasileira ganhou a primeira protagonista transexual de novelas, e trata-se de Maria Clara Spinelli no remake de “Elas Por Elas”. No streaming há também várias produções que apostam na diversidade, mas é visível que o cinema e a televisão ainda estão longe de ser espaços considerados mais inclusivos. Thalita Zampirolli, que já participou de novelas, como “A Força do Querer“, é a primeira brasileira trans a participar de um filme em Hollywood, e diz que já perdeu muitos trabalhos por conta de preconceito.

“Aos poucos, estamos quebrando barreiras. Eu comecei em uma época em que não havia tanto espaço. As portas se fecharam para mim quando as pessoas souberam que eu era trans. Tive medo de nunca mais poder trabalhar no meio artístico ou como modelo”, diz.

“Eu pouco era chamada para testes e quando ia era reprovada. Mas fico feliz de ver todo esse avanço em relação à representação de minorias no audiovisual”, completa a artista, que também é rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel.

A estreia da artista no cinema internacional aconteceu com o curta-metragem The Roommate, dirigido por Fabio Anffe. Na trama, ela deu vida a uma corretora de imóveis. Thalita revela que se sente feliz de ser pioneira nessa área.

“Com respeito, humildade e muita preparação profissional podemos chegar aonde quisermos. Fico feliz em abrir portas para outras mulheres trans que, com certeza, virão depois de mim. A arte pode salvar vidas”, declara.

Atualmente morando nos Estados Unidos, a brasileira não descarta, por fim, participar de produções no Brasil: “Atuar é algo que me faz bem, que me deixa feliz de verdade. Queria fazer uma vilã e também uma personagem cômica. Enfim, estou aberta a novas oportunidades”.