A realização de uma cerimônia para anunciar a continuidade do projeto de Revitalização do São Francisco e o afago do presidente em exercício, Michel Temer, a senadores tidos como indecisos sobre o voto que dá continuidade no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, foi visto como “mera coincidência” pelo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho.

“Eu diria que não tem relação nenhuma com a votação do impeachment esta semana. Desde a primeira semana do novo governo, tem de se feito reuniões, tanto aqui no Palácio quanto nos ministérios a respeito da revitalização do Rio São Francisco”, disse. “Foi uma mera coincidência o acontecimento aqui hoje estar sendo às vésperas de uma votação importante no Senado. Não existe nenhum vinculo programado, nada, é mera coincidência”, reforçou.

Segundo Sarney Filho a presença de senadores no evento faz sentido pelo assunto ser importante para a região Nordeste. “O fato de acontecer aqui uma solenidade que diz respeito ao Nordeste e senadores virem é uma consequência lógica do assunto”, disse.

O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, o governo tem “pressa” e precisa “agir o quanto antes”. “Sabemos que estas medidas deveriam ter sido feitas antes da transposição, já concluímos 90% das obras”, afirmou, ressaltando que a política da revitalização pode dar tranquilidade “a médio prazo” para que o rio possa servir o Brasil.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem evitado se posicionar deixou o Congresso e veio até a cerimônia, numa demonstração de alinhamento com Temer. Ele evitou responder sobre seu posicionamento na sessão de votação. “Na política nunca é recomendável você pré-dizer o que vai acontecer”, afirmou.

Além de Renan, os senadores que ainda não manifestaram seu voto, Otto Alencar (PSD-BA) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), estavam na cerimônia. Otto, inclusive fez um discurso de quase 15 minutos e recebeu afagos de Temer em seu discurso.