A varíola dos macacos, conhecida como monkeypox, é uma doença viral que pertence ao gênero Orthopoxvirus. Este vírus é mais comum do que se imagina e, embora não seja tão agressivo quanto a varíola humana, erradicada em 1980, ainda levanta preocupações de saúde pública. O monkeypox foi inicialmente identificado em macacos de laboratório na Dinamarca em 1958, mas acredita-se que seus principais hospedeiros sejam roedores africanos.
Os surtos de monkeypox fora da África são relativamente novos, mas o vírus em si tem uma longa história, datando de cerca de 3.500 anos. A transmissão ocorre principalmente através do contato próximo com lesões na pele de indivíduos infectados ou por gotículas respiratórias. Embora o vírus não seja transmitido sexualmente, o contato íntimo pode facilitar a infecção.
Como a varíola dos macacos se espalha?
A transmissão do monkeypox ocorre principalmente através do contato direto com lesões na pele, mucosas ou secreções respiratórias de uma pessoa infectada. O vírus pode ser transmitido por meio de gotículas respiratórias quando se está a menos de um metro de uma pessoa infectada. Além disso, o contato com roupas de cama ou toalhas contaminadas também pode resultar em infecção.
Embora o nome sugira uma ligação direta com macacos, os principais reservatórios do vírus são roedores silvestres africanos. A destruição de habitats naturais e o aumento do contato humano com animais silvestres têm contribuído para a disseminação do vírus. A globalização e a mobilidade humana também facilitam a propagação para novas regiões.
Quais são as medidas de prevenção e tratamento?
Existem vacinas eficazes contra a varíola humana que também oferecem proteção contra o monkeypox devido à proteção cruzada entre os vírus do gênero Orthopox. A vacina Jynneos, por exemplo, foi aprovada especificamente para o monkeypox. No entanto, a vacinação em massa não é recomendada; deve ser reservada para contatos próximos de casos confirmados e profissionais de saúde em risco.
Além das vacinas, há tratamentos antivirais disponíveis, como o Tecovirimat e o Brincidofivir, que podem ajudar a controlar os sintomas. A varíola dos macacos raramente se torna grave e, com tratamento adequado, os sintomas geralmente se resolvem sozinhos.
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Por que a vigilância é importante?
A vigilância contínua é crucial para prevenir surtos de doenças emergentes como a varíola dos macacos. A destruição de florestas e o aumento do contato humano com animais silvestres criam oportunidades para a propagação de vírus. A vigilância genômica e a triagem de casos suspeitos são essenciais para conter surtos rapidamente.
Laboratórios de referência, como o da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desempenham um papel vital no diagnóstico e monitoramento da doença. A colaboração entre instituições de saúde e a implementação de medidas de controle são fundamentais para prevenir a disseminação do monkeypox e outras doenças infecciosas emergentes.
Qual é o futuro da varíola dos macacos?
O futuro da varíola dos macacos depende de vários fatores, incluindo a capacidade de controlar surtos atuais e prevenir novas transmissões. A adaptação do vírus à espécie humana é uma preocupação crescente, pois a taxa de transmissão secundária tem aumentado. No entanto, não há evidências de que o vírus esteja se tornando mais agressivo.
Para mitigar o risco de surtos futuros, é essencial investir em medidas de conservação ambiental, melhorar as condições de vida e saúde pública, e manter uma vigilância constante. A cooperação internacional e o compartilhamento de informações são fundamentais para enfrentar desafios globais de saúde como o monkeypox.