Deputados da oposição madrugaram para chegar à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 25, mas não vão registrar presença formalmente para tentar inviabilizar a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que só abrirá a votação se houver, pelo menos, 342 deputados.

Para abrir a sessão, que estava prevista para às 9 horas, mas já está atrasada, são necessários pelo menos 51 presentes. Até agora, porém, somente 15 registraram presença e o início da sessão foi adiado por meia hora. Maia não está presente na Casa e o adiamento foi anunciado por Carlos Manato (SD-ES), que presidia a sessão.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) foi um dos oposicionistas que chegou mais cedo. Ele já incluiu o seu nome na lista para fazer encaminhamentos no plenário, mas oficialmente não está na Câmara. Segundo ele, a oposição adotou uma estratégia mais radical desta vez.

“O resultado da votação pode já ser esperado, mas eles estão com dificuldade de colocar 342 na Casa. Se colocarem esse número, vai dar resultado semelhante ou um pouco abaixo ao resultado anterior. Como a oposição adotou uma estratégia mais radical, os líderes não vão nem entrar no plenário, a princípio, sabemos que 130 estão sob controle, mas com a dissidência de partidos como PSDB, DEM e PP, por exemplo, queremos chegar a 180, 200 deputados sem dar quórum”, declarou.

Valente considera que há um desgaste maior no governo desde a análise da primeira denúncia contra o presidente. “A medida que os deputados fisiológicos veem essa fraqueza no plenário, eles exigem mais”, avaliou. Segundo ele, as negociações devem se intensificar ao longo do dia, de acordo com o quórum no plenário.