A coalizão governante da Alemanha, liderada pelo chanceler Olaf Scholz, enfrenta uma nova crise depois de uma dura derrota nas eleições regionais realizadas no domingo (8), que confirmaram o avanço da extrema direita.

As primeiras páginas dos principais veículos de comunicação alemães tinham expressões como “desastre”, após as eleições organizadas nos estados da Baviera – o mais rico da Alemanha – e de Hesse, que abriga a metrópole financeira de Frankfurt.

Nestes redutos conservadores, o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler, e seus parceiros, os Verdes e os liberais do FDP, sofreram um duro golpe da direita e, sobretudo, da extrema direita, que confirmou a sua ascensão nas pesquisas dos últimos meses.

Na metade de seu mandato, a coalizão de Scholz, que está no poder desde dezembro de 2021, sofre um voto punitivo da população, que está preocupada com o aumento dos preços e a crise industrial em plena guerra na Ucrânia, assim como o ressurgimento do debate em torno da imigração.

“Se Olaf Scholz quiser ser reeleito” dentro de dois anos, “deve aceitar o fato de que os dois resultados marcam uma virada no seu mandato e reagir o mais rápido possível”, afirmou o semanário Der Spiegel em um editorial.

O tabloide Bild, que cita o instituto Infratest dimap, indicou que 80% dos eleitores no domingo queriam uma mudança na política de migração.

Mais de 250 mil pedidos de asilo foram apresentados até o final de setembro, o mesmo número de todo o ano passado, segundo dados desta segunda-feira.

O receio de uma nova crise, como a de 2015-2016, preocupa os cidadãos, segundo as pesquisas de opinião.

O SPD obteve 15,1% dos votos em Hesse, ficando atrás da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, que alcançou 18,4%, e à frente dos Verdes, 14,8%, atual aliado do governo regional, segundo os resultados quase definitivos, que conferem uma vitória clara à União Democrata Cristã (CDU), com 34,6%.

O Partido Democrático Livre (FDP) manteve a sua representação no Parlamento, ao alcançar 5%.

Na Baviera, a União Social Cristã, a formação regional da CDU, prevaleceu claramente sobre os Verdes e o SPD – ambos ultrapassaram o limite de 15% – e a AfD ficou em quarto lugar, com 14,6%.

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