O presidente russo, Vladimir Putin, expressou nesta sexta-feira preocupação com o aumento da tensão entre Estados Unidos e Coreia do Norte, ao mesmo tempo em que fez um apelo por contenção e ao diálogo para evitar “um grande conflito” na península.

“Os problemas da região deveriam ser solucionados por meio de um diálogo direto entre todas as partes envolvidas, sem nenhuma condição prévia”, afirma Putin em um comunicado publicado antes da reunião de cúpula dos BRICS, que deve acontecer de 3 a 5 de setembro na China.

“As provocações, a pressão e as retóricas militares e ofensivas são um beco sem saída”, completou, antes de afirmar que esperar que “a pressão baste para frear o programa nuclear e balístico de Pyongyang é um erro”.

O presidente russo considera que a península coreana está “à beira de um grande conflito” e pediu mais uma vez apoio à proposta de Moscou e Pequim para desativar a crise.

Rússia e China pediram em várias oportunidades uma “dupla moratória”: a interrupção simultânea dos testes nucleares e balísticos norte-coreanos, assim como das manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

O chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov já havia solicitado na quarta-feira, durante uma conversa por telefone com o secretário de Estado americano Rex Tillerson, que não se utilizasse a força militar contra a Coreia do Norte após o lançamento de um míssil que sobrevoou o Japão.

A tensão aumentou no último mês, depois que o presidente americano Donald Trump ameaçou Pyongyang com “fogo e fúria”. Na terça-feira, a Coreia do Norte disparou um míssil que sobrevoou o norte do arquipélago japonês.

A Coreia do Norte advertiu que vai disparar mais mísseis sobre o Pacífico. Na quinta-feira, o governo dos Estados Unidos fez uma demonstração de força com um exercício com munição real durante as manobras conjuntas anuais com a Coreia do Sul.