Em 15 de abril de 2025, a Vale S.A. divulgou seu relatório oficial de produção e vendas referente ao primeiro trimestre de 2025, apresentando resultados operacionais positivos e avanço em projetos estratégicos no período. O desempenho da companhia no 1T25 foi marcado pelo aumento das vendas de minério de ferro na comparação anual e pelo progresso no comissionamento dos projetos VGR1 e Capanema, o que garante maior flexibilidade operacional e mantém a empresa alinhada ao seu guidance de produção para 2025. Paralelamente, as operações de cobre e níquel registraram forte performance, refletindo a consistência operacional em todos os ativos e impulsionadas pelo ramp-up do projeto VBME no Canadá.
Conforme o planejamento da empresa, a produção de minério de ferro no 1T25 totalizou 67,7 milhões de toneladas, uma redução de cerca de 4% em relação ao volume do primeiro trimestre de 2024. Essa diminuição já era esperada dentro da estratégia da Vale e foi agravada por desafios operacionais e climáticos, como restrições de licenciamento em Serra Norte e chuvas intensas que afetaram o Sistema Norte. Ainda assim, o complexo minerador S11D – carro-chefe do Sistema Norte – manteve excelente desempenho, alcançando a maior produção já registrada para um primeiro trimestre. No segmento de pelotas de minério de ferro, a produção dos primeiros três meses atingiu 7,2 Mt, recuo de 15% na comparação anual, explicado principalmente pela menor disponibilidade de pellet feed (causada por limitações em Itabira) e pelo impacto das fortes chuvas na qualidade do insumo processado em usinas como a de São Luís.
As vendas de finos e pelotas de minério de ferro, por sua vez, somaram 66,1 milhões de toneladas no primeiro trimestre, um aumento de 4% em relação ao 1T24 . Esse avanço nas vendas foi possibilitado pela flexibilidade da cadeia logística da Vale, incluindo a utilização de estoques avançados acumulados em trimestres anteriores para compensar restrições temporárias de embarques causadas pelas chuvas no Norte do Brasil. Além disso, diante das condições de mercado, a companhia priorizou a oferta de produtos de teor médio, como os minérios blendados (BRBF) e concentrados (PFC1) voltados à China, buscando maximizar a geração de valor em seu portfólio de minério de ferro.
Visando sustentar o crescimento futuro, a Vale avançou no desenvolvimento de projetos minerários estratégicos. No Sistema Sudeste, o projeto Capanema entrou em operação em fase de ramp-up dentro do cronograma, com expectativa de atingir sua capacidade plena até o primeiro trimestre de 2026. Já no Sistema Sul, o projeto VGR1 segue em comissionamento avançado, com conclusão estimada para o segundo trimestre de 2026. Esses empreendimentos ampliarão a flexibilidade e a capacidade produtiva da companhia, reforçando sua posição para cumprir as metas de produção estabelecidas.
No segmento de metais básicos, a Vale colheu resultados expressivos no trimestre. A produção de cobre alcançou 90,9 mil toneladas, um salto de 11% em comparação ao 1T24. Esse desempenho foi impulsionado pelo desempenho consistente das operações de Salobo e Sossego, no Brasil, e pelo ramp-up de novas frentes de produção no Canadá (Salobo 3 e as operações subterrâneas de Voisey’s Bay). De forma similar, a produção de níquel somou 43,9 mil toneladas no 1T25, crescimento de 11% ano contra ano. Esse aumento reflete sobretudo o incremento de produção em Onça Puma – após a reforma do forno concluída no ano anterior – e a melhoria operacional nas unidades canadenses, alavancada pelo ramp-up do projeto VBME. O forte resultado em cobre e níquel contribuiu de forma significativa para o desempenho consolidado da mineradora, diversificando suas fontes de receita e mitigando o impacto de oscilações em um único mercado.
Os preços médios realizados das principais commodities da Vale no 1T25 refletem o cenário global de minérios e metais. O minério de ferro (finos, CFR/FOB) teve preço médio de US$ 90,8 por tonelada no trimestre, patamar ainda robusto embora inferior ao do primeiro trimestre do ano anterior (US$ 100,7/t), influenciado por prêmios de qualidade sazonalmente mais baixos. O cobre, por sua vez, registrou preço médio de US$ 8.891/t, cerca de 16% acima do 1T24, beneficiado pela elevação das cotações internacionais do metal e por menores custos de tratamento e refino (TC/RC). Já o níquel apresentou preço médio de US$ 16.106/t, ligeiramente abaixo do observado um ano antes, refletindo a queda das cotações do níquel na London Metal Exchange (LME) ao longo do período. Mesmo com ajustes nos preços de minério de ferro e níquel, a Vale demonstra resiliência operacional, sustentando resultados sólidos no trimestre graças a volumes robustos de vendas, ganhos de eficiência e à contribuição positiva do segmento de metais básicos.