A Black Friday está chegando e os smartphones estão sempre entre os produtos mais procurados. Por isso, reuni abaixo algumas dicas básicas para quem quer comprar seu novo celular neste fim de ano. O objetivo do guia é passar orientações simples e diretas e abordar os itens mais importantes para a maioria dos usuários que querem comprar um smartphone na Black Friday.

Custo/Benefício

De modo geral, o melhor custo benefício está em aparelho com preço entre R$ 1.000 e R$ 1.500. Estes smartphones têm uma configuração que atende bem a usuários que vão usar recursos básicos, como apps de redes sociais, música, vídeo e navegação. A câmera destes aparelhos costuma ser boa o suficiente para fotos casuais e o armazenamento é adequado e normalmente pode ser expandido com cartões de memória.

Sistema

Com o alto preço dos iPhones no Brasil, o sistema Android acaba sendo a opção mais viável para a maioria das pessoas. Atualmente, a maioria dos smartphones vem com as versões 7.0 ou 7.1 (Nougat) do sistema. Há ainda alguns modelos mais antigos com a versão 6 (Marshmallow).

Para quem usa apenas as funções básicas, não há diferença relevante entre as duas versões. Apenas o visual muda um pouco. Também não há grandes diferenças entre as versões do Android de cada fabricante, fora o visual e alguns apps incluídos pelas empresas. Vale notar que o Google já anunciou o Android 8 Oreo, mas nenhum aparelho vendido atualmente roda esta versão.

Processador

Há uma grande variedade de processadores no mercado e os nomes não são nada intuitivos, o que dificulta muito a vida de quem quer escolher um celular com base no processador. Além disso, para efetivamente comparar o desempenho de processadores, é necessário usar aplicativos específicos, e a comparação ainda assim é difícil.

Portanto, caso não seja um nerd de processadores, basta saber que, de modo geral, quanto mais caro o aparelho melhor o processador. Atualmente, Qualcomm e MediaTek são as fabricantes de processadores mais presentes no mercado. Alguns celulares da Samsung usam processadores da linha Exynos, fabricados pela própria empresa. O processador Qualcomm Snapdragon 835 é considerado por muitos especialistas o melhor da atualidade e está presente em praticamente todos os smartphones mais caros do mercado.

Na prática, a diferença de desempenho de um processador de ponta para um intermediário é mais significativa quando são executados aplicativos “pesados” (como games mais sofisticados, aplicativos de edição de imagens e vídeos) ou quando há vários apps rodando ao mesmo tempo. Por isso, se você vai usar apenas apps básicos, provavelmente não vale a pena gastar mais em um celular com o processador mais poderoso do mercado.

Memória RAM

Em dobradinha com o processador, a memória RAM responde pela velocidade do smartphone. Aqui, é bom optar por um aparelho com no mínimo 2 GB. Esse valor é encontrado em aparelhos intermediários até R$ 1.000, mas ainda há alguns smartphones básicos que vêm com apenas 1 GB. Smartphones mais caros têm 4 GB ou até 6 GB de memória RAM.

Tamanho e Tela

A maioria dos smartphones mais recentes tem telas entre 5 e 5,5 polegadas e proporção de 16:9. A dica para escolher o melhor tamanho é ir até uma loja e ver os aparelhos de perto. Assim, você poderá se certificar que o aparelho não é grande ou pequeno demais para suas mãos.

Galaxy Note 8 é um exemplo celular com formato mais alongado (Crédito:Divulgação)

Vale notar que uma tendência recente é a de formatos mais alongados, na proporção 18:9. Esses aparelhos são mais “magrinhos” e “compridos”, portanto mais fáceis de segurar com uma só mão. Outra tendência é a de “tela infinita”, um nome marqueteiro e bonito para as telas que ocupam quase toda a frente do aparelho. Nos smartphones com tela infinita, não há logotipo na frente e o leitor de digitais fica na parte de trás do aparelho.

A maioria dos aparelhos com tela infinita está na faixa premium, como o Galaxy S8 e o LG G6. Mas já começam a aparecer intermediários com tela infinita, como os aparelhos da linha LG Q6.

Ainda sobre a tela, é necessário observar a resolução. Smartphones básicos costumam vir com telas de resolução HD (1.280 x 720). Resoluções mais altas, como Full HD e Quad HD são encontradas em alguns aparelhos intermediários e em todos os modelos mais caros.

Câmera

As câmeras (frontal e traseira) estão entre os recursos mais usados do smartphone, e também entre os que mais suscitam dúvidas. Pra começar, vamos acabar com o mito de que mais megapixels geram imagens de melhor qualidade. Há vários fatores que interferem na qualidade final das fotos, incluindo a qualidade do sensor óptico, tamanho do obturador, lentes e outros componentes e a eficiência do software de processamento de imagens de cada fabricante.

Dito isso, a quantidade de megapixels encontrada mesmo em smartphones básicos é mais do que suficiente para imprimir boas fotos em tamanho padrão (15 x 10 cm). A qualidade final da foto, no entanto, vai depender dos fatores mencionados anteriormente.

Câmera é item cada vez mais valorizado em smartphones (Crédito:André Cardozo)

Um fator que deve ser observado é a abertura de foco, ou abertura de lente. Basicamente, este número define a quantidade de luz que é absorvida pela câmera. Quanto menor o valor, maior a abertura. O Galaxy J7 Neo, por exemplo, tem abertura de f/1.9. Já o Moto Z2 Play tem abertura de f/1.7. Portanto, a câmera do Z2 Play captura mais luz do que a do J7 Neo.

Quanto ao zoom, poucos aparelhos vêm com zoom óptico de 2x. O zoom digital, recurso presente em qualquer smartphone, é na prática um “truque digital” e costuma distorcer um pouco a imagem.

Outros recursos a serem observados em câmeras de smartphone são a presença de lentes do tipo grande angular, que conseguem capturar uma área maior do ambiente, e sistema de estabilização óptica (OIS), que ajuda a evitar fotos tremidas. Este último, no entanto, costuma ser incluído apenas em smartphones mais caros.

Bateria

A duração de bateria é uma grande preocupação para quem compra um celular. Na média, smartphones atuais costumam fornecer entre 1 e 2 dias de uso.

O tempo que a bateria dura efetivamente é influenciado por uma série de fatores, incluindo processador e outros componentes internos, tela, apps usados, sistema do aparelho e otimizações de software feitas pelos fabricantes. Entretanto, um fator que se destaca é o tamanho da bateria, que influencia diretamente sua duração.

Na maioria dos casos, smartphones costumam vir com baterias com capacidade de 3.000 mAh. Esse valor pode ser considerado a média do mercado para smartphones intermediários e mais caros. Em alguns modelos ela pode chegar a 5.000 mAh, como no caso do Moto E4 Plus. Vale notar que, quanto maior a capacidade da bateria, mais pesado fica o aparelho.

Armazenamento

Exija no mínimo 16 GB, valor médio de aparelhos de até R$ 1.000. Vale notar que o valor divulgado pelos fabricantes não corresponde ao espaço livre o no aparelho, já que alguns gigabytes são ocupados pelo sistema e pelos aplicativos. Assim, um aparelho com 16 GB de armazenamento total tem cerca de 12 GB de espaço livre para arquivos.

Veja também se o smartphone tem entrada para cartão de memória microSD. Esses cartões são uma maneira prática e barata de expandir bastante a memória do aparelho. Um cartão microSD de 16 GB pode ser encontrado por cerca de R$ 50.

Extras

Os smartphones mais modernos trazem muitos recursos além dos já mencionados. Abaixo, uma lista dos mais úteis.

— TV digital – permite sintonizar sinal de TV digital aberta no celular
— NFC – padrão muito usado em sistemas de pagamento via celular (Android Pay, Samsung Pay, Apple Pay) e também para carregar o Bilhete Único em São Paulo
— Leitor de digital – permite acessar o aparelho sem ter que digitar códigos o traçar padrões
— Proteção contra água e poeira – evita danos ambientais e permite que os aparelhos sejam usados debaixo d´água. O nível mais alto de proteção é o IP68 (proteção nível 6 contra poeira e 8 contra água).