A Ucrânia acusou nesta segunda-feira (19) a Hungria de impedir acesso a 11 prisioneiros de guerra ucranianos que a Rússia entregou ao país da União Europeia (UE).

A Igreja Ortodoxa russa anunciou no início do mês que um grupo de prisioneiros de guerra ucranianos de origem húngara foi transferido para a capital húngara, Budapeste.

Os prisioneiros são procedentes da Transcarpátia, uma região do oeste da Ucrânia na fronteira com a Ucrânia onde vivem quase 100.000 húngaros e motivo de conflito com o governo de Budapeste.

O governo ucraniano afirmou que os funcionários de Kiev não tiveram acesso aos prisioneiros devolvidos.

“Todas as tentativas diplomáticas ucranianas nos últimos dias para estabelecer contato direto com cidadãos ucranianos não tiveram sucesso”, afirmou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko, em um comunicado. “Eles são mantidos essencialmente isolados”, afirmou.

A Hungria negou que estivesse dificultando o acesso e disse que está agindo “de acordo com a lei e a prática em vigor a nível internacional”.

Os 11 homens “não são legalmente considerados prisioneiros de guerra, porque foram libertados em território russo” e a igreja russa interveio posteriormente na transferência, disse em coletiva de imprensa em Budapeste o diretor do gabinete do primeiro-ministro Viktor Orban, Gergely Gulyas.

“Eles estão aqui por vontade própria e podem deixar o país livremente quando quiserem. Nós não os vigiamos”, acrescentou, e destacou que os não húngaros receberam o status de refugiados.

A Hungria tenta manter vínculos estreitos com a Rússia, apesar da invasão da Ucrânia.

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