O líder separatista catalão Carles Puigdemont aplaudiu nesta quinta-feira (9) a assinatura de um acordo com os socialistas espanhóis, que abre portas para uma nova investidura de Pedro Sánchez como presidente. Ele advertiu, no entanto, para o cumprimento dos compromissos.

Para ele, é necessário “tomar todas as precauções possíveis”, já que existem “muitos anos de descumprimentos” entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e os separatistas catalães.

“Não deveria ser assim, e talvez um dia não seja”, avaliou.

Devido ao acordo feito nesta quinta-feira em Bruxelas, os legisladores do partido Junts per Catalunya (JxCat) apoiarão a investidura de Sánchez, que deverá acontecer em breve, provavelmente na próxima semana.

Em contrapartida, os partidos definiram um projeto de lei que garante anistia aos processados pela tentativa de secessão da Catalunha, em 2017. A proposta desencadeou a fúria da direita espanhola.

Para Puigdemont, é “inegável” que a história entre os socialistas e o JxCat “não promove entusiasmo nem confiança” e, por isso, alertou para a importância de um mecanismo de verificação do cumprimento dos acordos alcançados.

Ele destaca que se trata de um “mecanismo independente”, que acompanhe as conversas e verifique o cumprimento dos compromissos, e que “não pode ser nem catalão nem espanhol e, portanto, deve ser internacional”.

Tal grupo, acrescentou, deve “trabalhar com pressão e exposição mínimas, para que tenha pouco protagonismo público e uma grande responsabilidade interna”.

O acordo foi assinado nesta quinta-feira, em Bruxelas, pelo secretário organizacional do PSOE, Santos Cerdán, e pelo presidente da JxCat, Jordi Turull.

Ao apresentar o acordo, Cerdán destacou que representa uma “oportunidade histórica” para a Espanha resolver as tensões na relação com a Catalunha.

“Seis anos se passaram desde 2017”, ano da declaração de independência da Catalunha, “e o conflito continua sem solução”, pontua ele.

Cerdán justificou o acordo como uma forma de evitar que “o passado condicione o futuro” e devolver “à política” a resolução das diferenças.

ahg/mb/ms/tt