Número de mortos em Gaza ultrapassa 50 mil, dizem autoridades ligadas ao Hamas

Marca foi ultrapassada após novos bombardeios israelenses contra enclave palestino, informaram autoridades de saúde subordinadas ao grupo Hamas. Número não faz distinção entre combatentes e civis

Número de mortos em Gaza ultrapassa 50 mil, dizem autoridades ligadas ao Hamas

.O número total de mortos na Faixa de Gaza desde o início da contraofensiva israelense em outubro de 2023 chegou neste domingo (23/03) a 50.021, após novos bombardeios israelenses no enclave palestino, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas.

“O número de mortos no ataque aumentou para 50.021, e o número de feridos aumentou para 113.274 desde 7 de outubro de 2023”, diz a nota do ministério.

O número divulgado equivale a cerca de 2,1% dos 2,3 milhões de habitantes do território antes da guerra, ou cerca de um em cada 46 pessoas.

Um total de 113.274 pessoas ficaram feridas no mesmo período, segundo o ministério.

Os números do Ministério da Saúde de Gaza são considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas Israel tem constantemente refutado os dados publicados pelas autoridades de Gaza. Os números divulgados pelo Ministério da Saúde de Gaza também não diferenciam civis e combatentes.

Em agosto de 2024, quando autoridades de Gaza haviam informado que o número de mortos havia ultrapassado a marca de 40 mil, militares israelenses refutaram a contagem, apontando que seus dados apontavam para “mais de 17 mil” desde o início do conflito.

Guerra e rompimento de cessar-fogo

A guerra atual no enclave eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando o grupo Hamas, que controlava Gaza, lançou uma ofensiva terrorista contra Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando mais de duas centenas. Após o ataque, Israel lançou uma ofensiva por ar e terra em Gaza, que só registrou um período de relativa calma entre o final de janeiro e o início de março, após um acordo de cessar-fogo entre os israelenses e o Hamas.

Na última terça, Israel rompeu o cessar-fogo no enclave devastado por mais de um ano de combates. Desde então, novos ataques israelenses mataram ao menos 673 pessoas e deixaram mais de 1 mil feridos, segundo as autoridades ligadas ao Hamas.

Além disso, somente nas últimas 24 horas, os bombardeios das tropas israelenses, concentrados principalmente em Khan Yunis e Rafah (no sul do enclave palestino), mataram 39 pessoas e feriram 61, de acordo com as contagens dos poucos hospitais de Gaza que seguem funcionando.

No último dia, a Defesa Civil palestina também recuperou dois corpos dos escombros, apesar de ter pouca maquinaria pesada para realizar essa tarefa.

Nesse sentido, a municipalidade de Rafah emitiu um comunicado hoje denunciando as últimas ordens de evacuação do Exército, que afetam milhares de famílias e “as obrigam a se mudar sob intenso bombardeio, deixando-as desabrigadas”.

“No município de Rafah, estamos acompanhando a deterioração da situação humanitária com grande preocupação. Recebemos repetidas ligações de cidadãos presos em suas casas em meio aos bombardeios em andamento e à incapacidade das equipes médicas e de defesa civil de chegar aos feridos e feridos, evacuá-los e fornecer-lhes cuidados médicos urgentes”, denuncia.

Além disso, observou que o enclave vem sofrendo com “uma grave escassez de necessidades básicas e tendas de campanha” há mais de duas semanas devido ao bloqueio israelense de caminhões de ajuda que entram na área.

“Nós, do município de Rafah, apelamos à comunidade internacional e a todas as organizações humanitárias e de direitos humanos para que tomem medidas urgentes e sérias para pôr fim a essas violações, abrir corredores seguros para evacuar os feridos e fornecer proteção aos civis presos”, acrescentou.