A ONG Médicos Sem Fronteiras criticou Israel nesta quarta-feira (14) por criar condições para uma “catástrofe humanitária deliberada” em Gaza e acusou o país de tentar condicionar a ajuda ao território palestino ao deslocamento forçado de seus habitantes.
“Estamos testemunhando em tempo real a criação de condições para a erradicação dos palestinos em Gaza”, denunciou a ONG em um comunicado.
Israel impõe um bloqueio humanitário à Faixa de Gaza desde 2 de março, depois que as negociações para prorrogar o cessar-fogo implementado em 19 de janeiro fracassaram.
A MSF disse que suas equipes médicas em Gaza “observaram um aumento de 32% no número de pacientes com sintomas de desnutrição nas últimas duas semanas”.
“As reservas de combustível, que estão diminuindo, limitam a capacidade de dessalinizar e distribuir água”, acrescentou a ONG, que denunciou que “as unidades de saúde que ainda estão funcionando […] continuam sendo atacadas”.
As equipes da MSF em Gaza “não recebem nenhum suprimento há 11 semanas” e enfrentam “escassez de suprimentos médicos essenciais, como curativos e luvas esterilizadas”.
“Condicionar a ajuda ao deslocamento forçado e à seleção da população é mais uma ferramenta da campanha de limpeza étnica da população palestina”, denunciou MSF.
A ONG rejeitou a proposta dos Estados Unidos, que Israel apoia, de criar uma nova fundação para gerenciar a distribuição de ajuda em Gaza; uma medida que aparentemente deixaria de lado a ONU e as organizações humanitárias existentes e seria controlada principalmente por Israel.
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