SÃO PAULO, 5 FEV (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta quarta-feira (5) as ameaças do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar mercadorias do Brics em 100% caso o bloco insista em substituir o dólar em transações comerciais e acusou o magnata de viver de “bravatas”.
Segundo o petista, os EUA estão “se isolando do mundo” e “não podem ficar ameaçando” outros países “a vida inteira”.
“Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim, agora tomou posse e já anunciou que vai ocupar a Groenlândia, anexar o Canadá, mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, reocupar o Canal do Panamá”, disse Lula em entrevista a rádios de Minas Gerais.
“Nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo todo o tempo. Ele tem que saber o seguinte: o Brics significa praticamente metade da população mundial, quase metade do comércio exterior e tem o direito de discutir uma forma de comercialização que não dependa só do dólar”, acrescentou.
De acordo com o presidente, o bloco não deve se preocupar “com bravatas de Trump” e precisa “discutir o que é importante para nós e para o mundo”. Além disso, o petista prometeu “reciprocidade” se a Casa Branca aumentar as tarifas de importação contra o Brics, grupo formado por África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia.
Na semana passada, Trump disse que imporia sobretaxas de importação de 100% caso o bloco insistisse na ideia de substituir o dólar nas transações comerciais entre seus Estados-membros, projeto que é bandeira de Lula, chefe do grupo em 2025.
“A ideia de que os países Brics estão tentando se afastar do dólar, enquanto ficamos aqui parados assistindo, acabou”, escreveu o magnata em sua rede social, a Truth.
“Vamos exigir um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda do Brics ou apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, ou enfrentarão tarifas de 100% e podem esperar dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, acrescentou. (ANSA).