O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja na noite desta terça-feira, 6, para visitar as potências Rússia e China – onde irá se reunir com os respectivos líderes e debater questões de geopolítica. Convidado pelo presidente Vladimir Putin, o petista estará no país russo entre quinta e sábado, enquanto o encontro com Xi Jiping ocorre apenas na próxima semana.
Durante a estadia na Rússia, o presidente brasileiro comemora os 80 anos do “Dia da Vitória”, data que celebra a derrota dos nazistas pelas tropas soviéticas.
Apesar das formalidades, os chefes de estado devem discutir diferentes temas de relevância internacional, como o conflito ente Rússia e Ucrânia e as altas tarifas estadunidenses.
Já na China, Lula participará da 4ª reunião ministerial do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
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Rússia
Putin chamou Lula como um dos líderes de estado convidados para o evento do “Dia da Vitória”, comemorado na próxima sexta-feira, 9. Durante a celebração, os russos relembram e tecem uma homenagem à vitória da Segunda Guerra Mundial, quando o Exército Vermelho derrotou os alemães.
Além disso, o presidente brasileiro já confirmou a intenção de debater os detalhes da atual guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura mais de três anos. Em uma entrevista concedida à jornalistas no Vietnã, Lula afirmou que em todos os fóruns que participar ao longo do giro pela Ásia-Europa, ele irá “tentar discutir a questão da paz”.
Os dois líderes também pretendem traçar conversas sobre o Brics – bloco que contempla Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além de presidir o grupo neste ano, o Brasil também assinala a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como o “Banco do Brics” – hoje comandado por Dilma Rousseff.
China
Em sua segunda viagem à China desde que iniciou o mandato em 2023, Lula chega ao país asiático no desenrolar de uma guerra tarifária entre Xi Jiping e Donald Trump.
As medidas protecionistas do republicano originaram um desconforto econômico mundial, em que a China saiu como a maior afetada. A potência chinesa, porém, tem rebatido as iniciativas de Trump na mesma intensidade, impondo taxações a diversos produtos norte-americanos.
Aproveitando a oportunidade da 4º reunião da China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o petista deve discutir as relações entre o país asiático e os estados latinos, especialmente frente ao estremecimento global protagonizado por Xi e Trump.
Vale lembrar que outros temas bilaterais também devem fazer parte das discussões, já que a China é membro ativo do Brics e pode focalizar as conversas acerca do Banco do Brics.