Israel ataca instalação nuclear iraniana

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, prometeu continuar com o maior ataque de Israel ao Irã até destruir o programa nuclear iraniano

Fumaça após um ataque israelense em Teerã, Irã, em 18 de junho de 2025
Fumaça após um ataque israelense em Teerã, Irã, em 18 de junho de 2025 Foto: Majid Asgaripour/WANA via REUTERS

Israel atacou uma importante instalação nuclear iraniana nesta quinta-feira e mísseis iranianos atingiram um hospital israelense, enquanto o presidente Donald Trump mantinha o mundo em dúvida sobre se os EUA se uniriam a Israel nos ataques aéreos para destruir as instalações nucleares de Teerã.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu continuar com o maior ataque de Israel ao Irã até destruir o programa nuclear iraniano.

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Netanyahu disse que os ataques militares de Israel poderiam resultar na queda dos líderes do Irã, e que Israel faria o que fosse necessário para eliminar a “ameaça existencial” representada por Teerã.

Em uma semana de ataques aéreos e de lançamento de mísseis, Israel eliminou o alto escalão do comando militar do Irã, danificou sua capacidade nuclear e matou centenas de pessoas, enquanto os ataques de retaliação por parte dos iranianos mataram pelo menos duas dúzias de civis em Israel.

Militares israelenses disseram que atacaram a instalação nuclear de Khondab, perto da cidade central do Irã, Arak, durante a noite, incluindo um reator de pesquisa de água pesada parcialmente construído. Os reatores de água pesada produzem plutônio, que, assim como o urânio enriquecido, pode ser usado para fabricar o núcleo de uma bomba atômica.

A mídia iraniana informou que dois projéteis atingiram uma área próxima à instalação. Não houve registros de riscos de radiação.

O órgão de vigilância nuclear da ONU, a AIEA, disse que tinha informações de que o reator de pesquisa de água pesada em construção no local havia sido atingido, mas não continha material radioativo. A agência disse que não havia informações de que uma outra usina, que produz água pesada, tivesse sido atingida.

O Irã sempre negou planejar a construção de uma arma atômica e afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Presume-se amplamente que Israel tenha seu próprio arsenal nuclear, embora não confirme nem negue isso.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, criticou o chefe do órgão de vigilância nuclear da ONU, Rafael Grossi, e acusou a Agência Internacional de Energia Atômica de ser parceira de uma “guerra injusta de agressão” iniciada por Israel.

Na manhã desta quinta-feira, vários mísseis iranianos atingiram áreas povoadas em Israel, incluindo um hospital na parte sul do país.

Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, o ataque tinha como alvo o quartel-general militar e de inteligência israelense perto do centro médico Soroka, na cidade de Beersheba, no sul do país.

O Ministério da Saúde de Israel disse que várias pessoas sofreram ferimentos leves e que houve danos limitados à sala de emergência do hospital e a outros prédios, o que não prejudicou a capacidade de funcionamento do hospital.

O ataque ocorreu quatro dias depois que um ataque de míssil israelense danificou um hospital na província de Kermanshah, no oeste do Irã.

Trump disse que a guerra poderia terminar se o Irã concordasse rapidamente em impor restrições rígidas em seu programa nuclear. Teerã disse que não negociará enquanto estiver sob ataque. As negociações nucleares entre Washington e Teerã, previstas para o último domingo, foram canceladas.

Trump deixou de propor um fim diplomático rápido para a guerra e passou a sugerir que os Estados Unidos poderiam se juntar a ela. Na terça-feira, ele cogitou nas mídias sociais matar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e depois exigiu a rendição incondicional do Irã.