Milhares de hondurenhos, convocados por grupos católicos e evangélicos, marcharam no sábado na capital e em outras cidades do país para exigir que o governo vete uma lei de educação sexual que, segundo os manifestantes, promove a “ideologia de gênero”.

“Protestamos contra a ideologia de gênero porque é prejudicial à família hondurenha”, disse à AFP a escritora Gladys Pavón durante a grande marcha que percorreu várias ruas de Tegucigalpa.

Os manifestantes exigiam que a presidente de esquerda, Xiomara Castro, vetasse a Lei de Educação Integral para Prevenção da Gravidez na Adolescência, aprovada pelo Congresso em março, mas que ainda não entrou em vigor.

“Sim à formação original da família” e “Somos todos pró-vida”, diziam alguns cartazes na manifestação onde exibiam uma gigantesca bandeira hondurenha.

Queremos “pedir à senhora presidente com todo o respeito que não permita que esta lei passe, porque é uma lei que ameaça a família, destrói a família, como já a destruiu em outros países”, disse o padre católico Luis Gómez no protesto.

“Você tem que defender a família, senhora presidente, e nós confiamos em você”, acrescentou o religioso.

Segundo dados do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), um em cada quatro partos em Honduras é realizado em uma menina com menos de 19 anos, colocando o país como o segundo da América Latina com maior índice de gravidez na adolescência.

O UNFPA em comunicado divulgado em junho expressou sua preocupação “diante de campanhas de desinformação” no país “que incitam mensagens de ódio” em relação à regulamentação, que considerou uma “lei necessária e pertinente que busca atender à preocupante realidade da gravidez na adolescência”.

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