Rui Pinto, o português responsável pelo “Football Leaks”, o vazamento que revelou a face oculta dos negócios do futebol, foi condenado nesta quarta-feira (22) por um tribunal parisiense a seis meses de prisão com suspensão condicional da pena por hackear os dirigentes do Paris SG.

Pinto, 35 anos, aceitou as penas proposta pelo Ministério Público e que foi confirmada por um tribunal correcional após uma audiência.

O ‘hacker’ também foi condenado a pagar um euro de indenização ao PSG, além de 4.000 euros pelos custos do processo.

Pinto reconheceu que acessou ilegalmente, entre 2015 e 2019, os e-mails do diretor financeiro do PSG, do diretor-geral adjunto e de um assistente da direção geral do clube, obtendo informações de forma fraudulenta.

O advogado de defesa o apresentou ao tribunal francês como “um dos maiores denunciantes contemporâneos” e destacou o paradoxo de sua condição dupla diante da justiça portuguesa: testemunha protegida e, ao mesmo tempo, réu.

A Justiça de Portugal condenou Pinto em setembro a quatro anos de prisão com suspensão condicional da pena por oito crimes cibernéticos e tentativa de extorsão.

Repassada para um consórcio de meios de comunicação de investigação europeus, as informações demonstraram as práticas questionáveis que envolveram jogadores importantes, clubes e agentes, resultando em investigações fiscais e judiciais em vários países.

Da publicação dos salários de Lionel Messi e Neymar a uma acusação de estupro contra Cristiano Ronaldo, que foi rejeitada, passando pelas estratégias do Manchester City para burlar o ‘fair-play’ financeiro, o mundo do futebol foi abalado por este gigantesco vazamento de informações.

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