A ex-namorada de Sam Bankman-Fried, co-fundador da falida plataforma de criptomoedas FTX, testemunhou nesta terça-feira (10) em um tribunal que o ex-executivo mandou que ela cometesse crimes.

Caroline Ellison, ex-namorada de “SBF” – como Bankman-Fried é conhecido – e sua ex-sócia nos negócios, fez um acordo com a Justiça para se declarar culpada de sete acusações e ter sua pena reduzida. Em testemunho em Nova York nesta terça-feira, ela afirmou que, por ordens de SBF, foram retirados “cerca de 14 bilhões” de dólares (R$ 71 bilhões, na cotação atual) dos clientes da FTX antes que a plataforma de negociação de criptomoedas entrasse em colapso no ano passado.

“Ele era o chefe da (empresa de investimentos da FTX) Alameda e o proprietário da Alameda, e ele me deu instruções para cometer crimes”, declarou Ellison sobre seu ex-namorado.

Ellison, que possui diploma em matemática pela Universidade de Stanford, foi nomeada pelo agora acusado como responsável pelo fundo especulativo Alameda Research, o epicentro do terremoto que levou ao fim do império de “SBF”.

A empresa começou a ruir em novembro passado quando uma reportagem denunciou relações de negócios entre a FTX e a Alameda Research, braço de investimentos em criptomoedas da empresa. As acusações apontaram que os fundos de alguns clientes da FTX foram usados sem o conhecimento deles para financiar a Alameda e realizar investimentos arriscados.

O pânico se espalhou imediatamente. Investidores individuais e parceiros comerciais correram para recuperar seu dinheiro, levando a FTX a afundar e declarar falência.

Quando a poeira baixou, faltavam cerca de US$ 8,7 bilhões (R$ 44 bilhões), segundo o administrador encarregado da liquidação.

No tribunal, Ellison afirmou que ela e Bankman-Fried “namoraram por alguns anos” e o acusou de orquestrar o mecanismo para retirar fundos dos clientes da FTX.

SBF foi retirado do seu regime de prisão domiciliar e levado de volta à prisão em agosto, depois que os promotores alegaram que ele vazou informações pessoais de sua ex-namorada para o The New York Times.

Ambos, assim como outros executivos da FTX, moravam em um luxuoso complexo de apartamentos nas Bahamas, até que Bankman-Fried foi preso e extraditado para os Estados Unidos no final do ano passado.

O jovem de 31 anos, acusado de fraude e conspiração criminosa, enfrenta acusações que, se condenado, poderiam resultar em décadas de prisão. Ele sempre afirmou que agiu de “boa fé”.

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