Após o lançamento do álbum ‘Noitada’, a drag queen Pabllo Vittar tem enfrentado uma nova onda de hostilidade nas redes sociais. Durante sua participação no programa ‘Conversa com Bial‘, da TV Globo, nesta sexta-feira, 30 de junho, a cantora se emocionou ao desabafar sobre como vem lidando com as críticas que têm afetado profundamente seu bem-estar emocional.

Pabllo expressou sua tristeza ao perceber que esses ataques parecem vir de antigos fãs, pessoas com as quais ela tinha uma relação próxima. “Eu sei que não sou perfeita, estou longe disso, mas a gente aprende todos os dias. O que mais me deixa triste é saber que comentários assim vêm de pessoas que eu conheço, muitas vezes fãs que são de longa data, sabe?”, lamentou Pabllo.

A cantora também revelou ter enfrentado uma terapia intensiva para lidar com a quantidade diária de ataques que recebeu. Decidiu se afastar do Twitter, a rede social que mais usava, para não ter que suportar a pressão das críticas. Ela enfatizou que, por vezes, os fãs esquecem que o artista é uma pessoa com sentimentos, sujeita a sofrer ao se deparar com ataques cruéis na internet.

A drag queen admitiu que chegou a questionar sua própria capacidade e se estava desempenhando bem seu trabalho. “Às vezes as pessoas esquecem que a gente é humana por trás do artista. Tem uma pessoa que também sofre, que também vive. E quando eu leio esse tipo de comentário, eu penso: ‘Será que eu tô no lugar certo? Será que é isso mesmo que eu quero pra mim?’”, compartilhou com Pedro Bial.

No entanto, Pabllo ressaltou que essa onda de ódio não é algo recente. Desde o início de sua carreira, ela tem sido alvo de duras críticas. Sendo um homem homossexual nordestino, Pabllo enfrentou muitos desafios para alcançar o sucesso na indústria musical. Ela confessou que tenta se afastar dessas críticas, mas ainda precisa equilibrar a vida de sua persona, Pabllo, e quem ela é realmente.

“Eu sempre sofri esse tipo de hate, desde o começo da minha carreira, de pessoas preconceituosas mesmo, que não aceitam o sucesso de um menino gay do Nordeste, preconceito por eu fazer sucesso nesse país que tanto mata, destrata, invisibiliza a gente. Eu não sei, às vezes eu tento me blindar, me fechar, mas eu aprendi que eu não posso, sabe? Eu tenho que vivenciar a vida do Pabllo e a vida da Pabllo”, desabafou a cantora.

Ultimamente, Pabllo tem recebido críticas até mesmo de seus próprios fãs. Ela expressou que sente que eles desejam que suas músicas atinjam um certo padrão que ela não reconhece, o que gera dúvidas se está desempenhando um bom trabalho.

“Eu acho que esse hate que eu venho sofrendo agora de: ‘Ai, coloca uma banda no seu show, senão a gente não vai mais te ouvir’, ‘Essa música não gostamos, faz outra’, ‘Esse álbum não é isso que a gente quer’. Acho que tudo agora se tornou número, é sobre números. Se você não alcança um determinado número ou um determinado padrão na cabeça deles, eles não gostam. E eu fico me perguntando: Será que eu fiz algo errado? Será que estou fazendo algo errado?”, questionou a famosa.

Pabllo descreveu sua persona como uma extensão de si mesma e compartilhou que, mesmo quando está triste, é capaz de continuar com seu trabalho e sorrir. No entanto, ela destacou que não é fácil fingir que não está sofrendo, especialmente em momentos que deveriam ser de celebração.

“Eu considero a Pabllo Vittar uma extensão da minha personalidade. Se o Pabllo estiver triste, eu vou conseguir fazer uma simpatia, eu vou conseguir sorrir, porque esse é o meu trabalho. Mas é difícil. É tão ruim você ter que fingir estar feliz em momentos que antes eram tão prazerosos”, lamentou a drag queen.