(Corrige)Neymar será julgado na Espanha em caso de corrupção

SÃO PAULO, 04 MAI (ANSA) – O juiz José de La Mata, da Audiência Nacional da Espanha, tribunal situado em Madri, determinou que o atacante brasileiro Neymar, seus pais (Neymar da Silva Santos e Nadine Gonçalves da Silva Santos), a empresa do craque (N&N Consultoria), cartolas do Santos e do Barcelona e os dois clubes sejam julgados em um processo de corrupção entre particulares e fraude.   

O caso diz respeito à contratação de Neymar pela equipe catalã e nasceu de uma denúncia do fundo de investimentos DIS, que tinha 40% dos direitos do jogador. O atacante, seus pais, o ex-presidente do Barça Sandro Rosell, a N&N Consultoria e o próprio clube espanhol serão julgados por corrupção entre particulares.   

Já o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho, o time paulista, o Barcelona e também Rosell responderão por fraude. De acordo com a Promotoria, o valor declarado da venda de Neymar para o Barcelona foi de 17,1 milhões de euros, dos quais 6,84 milhões (40%) foram repassados ao DIS por sua parcela nos direitos federativos do craque.   

Contudo, a acusação alega que o custo da transação subiu para 25,1 milhões, então a quantia que caberia ao fundo de investimentos seria de pouco mais de 10 milhões de euros. Sendo assim, o DIS deveria ser indenizado em 3,22 milhões. Além disso, outros 201,3 mil euros caberiam à Federação de Associações de Atletas Profissionais (Faap), que repassa 0,8% das transferências no futebol à categoria.   

Por conta disso, o juiz De La Mata determinou que Josep Maria Bartomeu (Josep Maria Bartomeu), Rosell, Odílio e os dois clubes arquem com uma multa coletiva de 4,51 milhões de euros (os 3,42 milhões supostamente devidos à DIS e à Faap mais um terço), caso sejam condenados.   

Já Neymar e seus pais, além de Rosell e Bartomeu, terão de pagar 66.666 mil euros cada um, e a N&N Consultoria, 9,6 mil, mas somente em caso de condenação. Se forem absolvidos, esses valores não precisarão ser desembolsados.   

O Santos e o Barcelona também devem assegurar 4,3 milhões de euros cada um (os 3,22 milhões da DIS mais um terço) para “eventuais responsabilidades que possam resultar procedentes em termos de multa”, segundo a sentença do magistrado da Audiência Nacional.   

De acordo com a assessoria do craque, o despacho do juiz De La Mata representa uma “importante vitória”, já que afasta a hipótese de crime de fraude da família e desconsidera as multas milionárias pedidas pela Promotoria.   

Segundo o jornal catalão “La Vanguardia”, a acusação pretende insistir no julgamento em penas de dois anos de prisão para Neymar e seus pais, cinco para Rosell, além de multa de 10 milhões de euros para os três primeiros, de 1,4 milhão para a N&N, de 8,4 milhões para o Barcelona e de 7 milhões para o Santos. Em 2014, a direção do Barça informou que o valor gasto na “operação Neymar” foi de mais de 85 milhões de euros: 40 milhões à empresa da família, 17,1 milhões ao Santos, 10 milhões em luvas para o jogador, 2,7 milhões em comissão de agentes, 7,9 milhões em prioridade de três atletas da base do Santos, 2,5 milhões em um acordo entre a Fundação Barcelona e o Instituto Neymar Jr, 4 milhões em direitos de imagem e 2 milhões em um acordo com a N&N para monitorar promessas santistas.   

O montante de 25 milhões de euros que é alvo de julgamento na Espanha diz respeito aos 17,1 milhões pagos ao Santos e aos 7,9 milhões referentes às promessas, únicas quantias que foram transferidas de clube para clube. (ANSA)