Dramas sobre a criação da bomba atômica ou sobre o Holocausto, comédias ambientadas no mundo de bonecas de Barbieland ou em torno de uma Frankenstein feminina: a lista de aspirantes ao Oscar de Melhor Filme este domingo (10) é a mais variada em anos.

Estes são os dez longas de 2023 na briga pelo prêmio mais importante de Hollywood.

– “American Fiction” –

“American Fiction” conseguiu a notável façanha de mostrar o racismo sistêmico dos Estados Unidos e a hipocrisia de forma hilária.

Jeffrey Wright interpreta um escritor negro decepcionado com uma indústria editorial que só se interessa por livros sobre a comunidade negra que abordem os problemas de drogas ou de pobreza em seus bairros.

E quando ele escreve exatamente isso, brincando, se torna um sucesso.

A sátira mordaz ganhou o prêmio principal do Festival de Cinema de Toronto, e é a favorita ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

– “Anatomia de uma queda” –

Vencedor do Festival de Cannes, o drama francês sobre uma mulher suspeita de ter assassinado o marido abalou Hollywood.

“Anatomia de uma queda” é o favorito para o Oscar de Melhor Roteiro Original, e graças a uma criativa campanha de promoção, centrada em sua adorável estrela canina, poderia surpreender no domingo.

Será que o filme conseguirá ser o terceiro vencedor da Palma de Ouro a conquistar o reconhecimento da Academia de Melhor Filme?

– “Barbie” –

Com a indicação de “Barbie” para Melhor Filme, foi o Oscar quem ganhou.

A sátira de Greta Gerwig sobre a boneca mais famosa do mundo atraiu milhões de espectadores vestidos de rosa ao cinema e se tornou o filme de maior bilheteria do ano, com quase 1,4 bilhão de dólares (6,9 bilhões de reais) em bilheteria.

Nenhum filme, nem mesmo seu rival “Oppenheimer”, dominou o debate como “Barbie”, que também aparece com destaque nos anúncios promocionais da cerimônia de gala do Oscar.

Mas o desprezo por sua diretora e pela protagonista Margot Robbie, que não foram indicados em suas respectivas categorias, sugere que o filme não é fácil para os votantes além das categorias de Melhor Figurino e Melhor Canção.

– “Os Rejeitados” –

O drama tradicional e encantador “Os Rejeitados” acompanha um trio improvável que é forçado a passar o Natal em um internato americano na década de 1970.

O filme reúne o diretor Alexander Payne com o ator Paul Giamatti, depois de trabalharem juntos no clássico de 2004, “Sideways – Entre Umas e Outras”.

Não indicado na época, Giamatti é agora um dos favoritos ao Oscar de Melhor Ator, enquanto todos preveem que sua coestrela, Da’Vine Joy Randolph, levará a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante.

E se há um filme que pode estragar a festa de “Oppenheimer” na categoria principal da noite, esse filme é “Os Rejeitados”.

– “Assassinos da Lua das Flores” –

Com três horas e meia de duração, o drama de Martin Scorsese sobre os assassinatos de indígenas em Oklahoma durante o boom do petróleo é tão bonito quanto importante para ser ignorado pela Academia.

Além de um elenco de estrelas, incluindo Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, “Assassinos da Lua das Flores” também trouxe uma atriz com raízes indígenas, Lily Gladstone.

Seu desempenho como a esposa rica e ingênua de um homem branco lhe rendeu uma indicação que, se ela ganhar, fará dela a primeira nativa americana a receber este reconhecimento.

Uma conquista histórica para a produção, mesmo que ela não consiga convencer os votantes em outras categorias.

– “Maestro” –

A tentativa mais recente de Bradley Cooper de conquistar os votantes do Oscar é o filme biográfico de Leonard Bernstein, que ele dirigiu, co-escreveu e estrelou.

“Maestro” obteve impressionantes sete indicações, mas parece destinado a ganhar apenas a estatueta de Melhor Maquiagem.

Seria um resultado agridoce para um filme que ganhou as manchetes pela prótese de nariz que Cooper usou para interpretar o diretor e compositor. Uma controvérsia da qual “Maestro” nunca conseguiu escapar, apesar das críticas favoráveis.

– “Vidas Passadas” –

“Vidas Passadas” levou o público às lágrimas quando estreou no Sundance Film Festival em janeiro de 2023.

Viajando entre continentes, a comovente crônica de Celine Song narra o intenso reencontro de dois queridos amigos de infância cujas vidas divergiram radicalmente.

Talvez o menos favorito para ganhar o Oscar, o filme tem a maior trajetória até a cerimônia de gala de domingo.

– “Oppenheimer” –

É difícil pensar em um Oscar com um concorrente mais claro do que “Oppenheimer”.

O drama de Christopher Nolan sobre o pai da bomba atômica conquistou os críticos, arrecadou quase um bilhão de dólares nas bilheterias e ganhou quase todos os principais prêmios da temporada de Hollywood.

Um sucesso à moda antiga, com um orçamento de 100 milhões de dólares (494 milhões de reais), “Oppenheimer” pode pôr fim à tendência recente de filmes independentes levarem para casa o maior prêmio da noite.

Se não ganhar o Oscar de Melhor Filme, seria a maior reviravolta desde 2017, quando “La La Land” foi erroneamente anunciado como o vencedor da categoria.

– “Pobres criaturas” –

Outro vencedor no circuito de festivais, “Pobres Criaturas” ganhou o Leão de Ouro em Veneza em setembro.

Mas o resto do mundo teve que esperar meses para ver Emma Stone como uma particular versão feminina de Frankenstein, ansiosa para descobrir o mundo, saborear seus prazeres e enfrentar suas misérias.

A visão retrofuturista de Yorgos Lanthimos resulta em uma crônica feminista hilária, cheia de força, que lembra seu trabalho anterior, “A Favorita”, também estrelado por Stone.

Esse filme ganhou um Oscar para sua protagonista Olivia Colman, uma história que poderia se repetir com Stone. Mas o prêmio de Melhor Filme parece fora de alcance.

– “Zona de interesse” –

Um filme sobre o Holocausto como nenhum outro.

O drama angustiante de Jonathan Glazer mantém os horrores de Auschwitz na periferia, tanto visual quanto auditivamente.

E examina a indiferença e a banalidade dos comandantes do campo e de suas famílias.

O resultado é uma meditação pouco ortodoxa e assombrosa que está sendo cotada para ganhar o prêmio de Melhor Filme Internacional.

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