Bárbara Evans, 32 anos, e os filhos Antônio e Álvaro deixaram o hospital na manhã da última sexta-feira, 1°, após internação de um dos gêmeos, que precisou ficar na UTI devido a um desconforto respiratório assim que nasceram. Eles chegaram ao mundo na última segunda-feira, 27.

Já em casa, a modelo fez um desabafo, na manhã deste sábado, 2, para relatar que está passando pela chamada ‘crise do segundo filho’.

Em conversa com a IstoÉ Gente, a biomédica e especialista em Neurociência do Desenvolvimento Infantil *Telma Abrahão explica o que é esse fenômeno e dá orientações sobre como atravessar um período tão delicado.

“A chegada de um irmão na família é sempre bastante desafiador, especialmente para a mãe, porque a demanda é grande no início da vida, pois o bebe precisa ser amamentado e cuidado em período integral. No início, não dorme muito durante a noite, entre outras coisas. Então, a mãe acaba se dedicando muito para esse recém-nascido. E o tempo que ela tem enquanto a criança dorme é para ela descansar, conseguir tirar um cochilo, se recuperar”, observa a especialista.

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Sobre o tempo que a mãe precisa dedicar ao irmão mais velho, Telma Abrahão orienta que o primeiro passo para evitar que o primogênito se sinta deixado de lado é, justamente, reconhecer que ele também precisa de carinho.

“A questão é que quando tem o irmão mais velho, esse tempo fica escasso para ele. Isso pode gerar ciúmes e medo de perder o lugar no coração da mamãe e do papai. O irmão mais velho também precisa de atenção, mas muitas vezes acaba sendo negligenciado, não só pela exaustão da mãe, mas às vezes por falta de compreensão de que o mais velho vai precisar de receber atenção, igual ou até mais do que antes”, aponta ela.

Bárbara Evans e os filhos, Ayla, Álvaro e Antônio. Reprodução/Instagram.

“Então, é importante que a mãe e o pai saibam disso, para que esses adultos cuidadores possam suprir essa necessidade do filho mais velho por brincar, por estar junto, conectado, e fazer com que ele se sinta seguro, de que nada do que aconteça vai tirar o lugar dele dentro da família. E esse é um período de adaptação importante, inclusive para que o mais velho não passe a brigar com o mais novo, porque o sentimento que fica é algo como ‘depois que esse bebê chegou, minha mãe não fala mais comigo, não olha mais para mim’ e, inconscientemente, isso acaba despertando rivalidade entre irmãos”, observa a neurocientista.

“Para evitar que isso aconteça, é importante tirar um tempo todos os dias para estar com o mais velho, para dar uma voltinha com ele de bicicleta, para fazer algo que gostam juntos”, orienta ela.

Segundo Telma, uma forma de evitar que o filho mais velho acredite ter sido ‘esquecido’ é convidá-lo a participar das atividades e cuidados com o novo membro da família que acabou de chegar.

“Sempre que possível, também incluir ele dentro da rotina com o irmão mais novo. ‘Vem aqui, vamos dar banho no bebê, vem ver como ele é pequeno. Você já está grande, não usa mais fralda. Uau, como você está crescendo rápido. Que incrível’. Atenção, pertencimento e segurança. Necessidades emocionais básicas que todo ser humano precisa e principalmente as crianças”, alerta a especialista em Neurociência.

*Telma Abrahão é biomédica e especialista em Neurociência do Desenvolvimento Infantil, autora dos livros best-sellers, ‘Pais Que Evoluem’ e ‘Educar é um ato de amor, mas também é ciência’. Pioneira em unir educação dos filhos à ciência, a especialista se dedica a reeducar os pais para melhor educarem os filhos. Criou a primeira Academia da Educação Neuroconsciente com cursos certificados pelo MEC no Brasil.