Simone Blanes Fotos Henrique gendre/MINT Aos 19 anos, a norte-americana Charlotte Free tem um perfil no mínimo inusitado para quem pretende chegar longe no mundo da moda. Altura, por exemplo, apenas 1,70 m. Postura também, longe de ser diva, com um ar meio roqueira e cabelos com mechas pink pintadas por ela mesma, em casa. Porém, é essa liberdade de atitude que lhe tem garantido destaque na cena fashion mundial. ?Sabe que eu até pensava em ser modelo, mas nunca corri atrás não. O que eu quero mesmo é ter uma banda de rock?, confessa ela à Gente em São Paulo, onde esteve para ser a garota-propaganda da marca Santa Lolla, que tem a direção criativa de comunicação de Luis Fiod, da agência Mint. Descoberta por acaso enquanto jogava videogame em um shopping em Los Angeles, Charlotte já chamou a atenção de pesos-pesados como o fotógrafo Terry Richardson e o empresário Damien Bertrand, presidente da poderosa marca de cosméticos Maybelline New York, que a elegeu o novo rosto da marca. O tipo moderninha atraiu também os olhares dos editores de revistas e a garota tem brilhado em capas e ensaios para as descoladas Dazed&Confused e Wonderland. A ?bíblia? Vogue UK a chama de top do momento e maisons clássicas a querem enlouquecidamente, desejo já realizado pelas marcas Vivienne Westwood, Marchesa e Chanel, onde, aliás, ela foi a grande estrela na Semana de Moda de Paris ? que apresentou todas as demais modelos com cabelos coloridos em sua homenagem. Cool ?Já trabalhei com muitas modelos, mas posso dizer que Charlotte é uma das mais autênticas. Ela não tem aquele ar de diva, aquela coisa de top model. Mas é essencialmente uma modelo incrível, com atitudes tão peculiares que a tornam muito cool?, avaliou Fiod. Entenda por peculiar, por exemplo, a paixão dela por games. ?Sou louca pela Princesa Zelda?, disse, sobre a personagem-título da série da Nintendo, The Legend of Zelda. Charlotte troca fácil um vestido moulage por um moletom e não perde um jogo dos Lakers, seu time de basquete do coração. A modelo também se diz amante da natureza, mas, ao contrário de muitas de suas colegas de profissão, não levanta bandeiras e nem faz manifestos. ?Eu amo florestas. Por mim, pegava um ônibus agora mesmo e ia para a Amazônia?, brincou, enquanto se divertia com uma taturana colorida que apareceu no set das fotos assinadas por Henrique Gendre.