O toma lá dá cá continua vivo no Congresso. O melhor exemplo aconteceu com a PEC que trata da partilha dos recursos da cessão onerosa advindos do megaleilão do pré-sal, no próximo dia 6 de novembro. Entrarão R$ 106 bilhões nos cofres públicos. Os parlamentares exigiram participar da divisão da grana e o governo topou ceder R$ 22 bi a estados e municípios (30% do bolo). Virou um achaque geral. Houve briga de foice entre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre pela partilha: os senadores queriam que 30% ficasse com estados e municípios e, os deputados, 20%, desde de que 10% ficasse para emendas parlamentares. Os senadores ameaçaram o governo até de não votar a Reforma da Previdência em segundo turno.  O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) virou bombeiro e patrocinou um acórdão.

 

Coação

Até a aprovação da Previdência foi adiada para o dia 23, só para permitir que Bolsonaro promulgue a partilha no próximo final de semana, antes da votação. Se ele não cumprir o acordo articulado por Bezerra, não haverá a finalização da Previdência. Ameaçam rebeldia geral no Senado, o que colocaria em risco o nome de Eduardo para Washington.

 

O acordo

Ao final, 15% ficará para os estados e 15% para os municípios. A parte dos estados será repartida assim: 10% de acordo com o Fundo de Participação dos Estados (FPE), com privilégios para os nordestinos, mas os estados exportadores ficarão com os outros 5%, de acordo com a Lei Kandir. Os 15% dos municípios serão regidos pelos parâmetros do Fundo dos Municípios (FPM).

 

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Prêmio Pinóquio

(Arquivo) O ex-procurador-geral Rodrigo Janot – AFP

O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acaba de ser contemplado com o “Prêmio Pinóquio” de 2019. Disse que foi ao STF no dia 11 de maio de 2017 para matar Gilmar Mendes e depois se suicidar. Nesse dia, ele estava em Belo Horizonte visitando a PGR mineira. Foi para lá em um avião da FAB. No dia seguinte, até deu palestra na Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG). Então foi farsa total mesmo?

 

Retrato falado

“(Queiroz) Tá com a sua mãe” (Crédito:Divulgação)

Bolsonaro aprontou outra. No sábado 5, quando saía do Alvorada para um passeio de moto, um ciclista gritou: “Ei Bolsonaro, cadê o Queiroz?”. O presidente devolveu: “Tá com a sua mãe!”. Para quem esqueceu, Queiroz é o ex-motorista de seu filho Flávio que embolsou R$ 1,2 milhão do gabinete do rapaz quando era deputado estadual. Segundo o Coaf, Queiroz depositou R$ 24 mil na conta de Michelle, mulher de Bolsonaro. Ele disse que tratava-se de um empréstimo devolvido pelo amigo.

 

Santa disputa na PGR

A canonização da irmã Dulce está gerando uma guerra na PGR entre o atual procurador Augusto Aras e os procuradores que ele derrotou para chegar ao cargo. Tudo porque irmã Dulce é da Bahia, assim como Aras, e ele decidiu ir ao evento da canonização neste domingo 13, no Vaticano (Roma). Assim, a PGR autorizou uma verba de R$ 67 mil para as passagens, hospedagem, alimentação, etc., para o período de 9 a 15 de outubro. Aras recusou a verba. Disse que vai com o próprio dinheiro, junto com o subprocurador Alcides Martins, que também vai com recursos próprios. Não quer saber de fofocas logo na sua primeira viagem internacional. Aras vai com a mulher Maria das Mercês.

 

Boicotes

Augusto Aras disse que poderia até ir na comitiva do vice Hamilton Mourão, pois foi convidado, mas preferiu não dar munição
aos inimigos que ainda ficaram na PGR e que, segundo ele, continuam boicotando sua gestão. “Eles viajaram vergonhosamente pelo mundo com dinheiro da PGR”, bateu o novo PGR.

 

“Para de destruir a Amazônia”

Marco Ankosqui

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é campeão de vaias no exterior. Por onde passa é alvo de protestos. Recentemente, fez um périplo pelos EUA e Europa para tentar limpar a barra de Bolsonaro, acusado de não conservar direito a Amazônia. Passou pela Alemanha e pela Inglaterra, onde foi vaiado.

 

Sem acordo com a UE

Em Londres, Salles foi recebido com protestos na porta da Secretaria do Meio Ambiente do Reino Unido, onde se encontrou com a secretária Thereza Villiers. “Para de destruir a Amazônia”, dizia uma faixa. Em Berlim, novo protesto: “Sem acordos com criminosos do clima”, disseram ambientalisas, pedindo que a Alemanha não apoie o acordo com o Mercosul.


 

Abandonando o barco petista

Divulgação

O governador da Bahia, Rui Costa, está pensando em deixar o PT, de olho em uma candidatura à presidência da República. Ele sabe que pelo PT não se elege, dado o desgaste do partido junto à sociedade. Vem sendo estimulado pelo senador Oto Alencar (PSD-BA) a migrar para o PSD. Acha que assim tem mais chance. Será?

 

Toma lá dá cá

Joice Hasselmann, deputada (PSL-SP)

Valter Campanato/Agência Brasil

A senhora pretende deixar a liderança do Governo no Congresso?
Não. Sei que há muito fogo amigo, como é praxe na política, mas sou forte e permaneço firme com minhas convicções.

Depois da aprovação da Previdência, qual será a próxima batalha no Congresso?
As reformas tributária e administrativa. Temos que aprová-las, pois não podemos mais pagar a conta desse Estado inchado e ineficiente.

Há chance de se aprovar a reforma tributária ainda este ano?
Depende de composições. A Câmara tem um texto que já está na Comissão Especial. O Senado tem outro que está andando. E o governo tem um terceiro também pronto. A briga por protagonismo não pode atrapalhar o andamento das reformas.

 

Rápidas

• Uma nova recessão ameaça o mundo, principalmente com a queda dos americanos. Todos os demais países pensam em reduzir as taxas de juros para atrair os investimentos que podem deixar os EUA. O Brasil deve chegar ao final do ano com a Selic em 4,5% (recorde histórico).

• Fuja da poupança. Com Selic a 5%, a poupança já remunera menos que a inflação (hoje a Selic é 5,5%). Como a poupança rende 70% da Selic, o poupador teria 3,5% ao ano. A inflação de 2020 está estimada em 3,8%.

• Encontro mundial de saneamento acontecerá em São Paulo, de 17 a 19 de novembro. Promovido pela ONU e sob patrocínio da Sabesp, o evento discutirá por que 48% dos brasileiros não têm coleta de esgotos e 35% não têm água tratada.

• Bradesco e Itaú estão reduzindo as taxas de juros para financiamentos imobiliários: 7,3% e 7,4% ao mês. Estavam até recentemente em mais de 10%. Um incentivo ao setor que gera mais empregos e reaquece a economia.


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