Os números das pesquisas indicam que a corrida para o governo do Tocantins está mais acirrada do que nunca. O governador Marcelo Miranda (PMDB), tecnicamente empatado com seu principal adversário, o ex-governador Siqueira Campos (PSDB), aposta no corpo a corpo para virar o jogo. O governador já deu mostras de que é capaz de mudar o cenário. Antes da definição dos candidatos, Siqueira Campos tinha uma vantagem de mais de 40 pontos porcentuais a seu favor. A situação agora é outra. No dia 15 de agosto, o instituto goiano Serpes mostrou que a eleição está empatada, considerando a margem de erro de 3,1 pontos porcentuais. Siqueira tem 47,30% da preferência do eleitorado e Miranda 41,40%, conforme publicou o diário Jornal do Tocantins.

É no contato direto com a população que Miranda pretende reduzir o porcentual de indecisos, atualmente na casa dos 7,10%, e tirar votos do adversário. “Estou trabalhando para vencer no primeiro turno. Visito de quatro a cinco municípios por dia, levando a nossa mensagem. E isso tem trazido bons resultados”, conta animado. Na quarta-feira 23, em plena alvorada, Miranda já estava pronto para sair em busca de votos no norte do Estado. Pelo telefone, mostrou sua disposição: “Disseram que eu não teria coragem de me candidatar. Tomei essa decisão pensando na população. Estou certo de que os frutos que plantamos na nossa administração vamos colher agora nas eleições”, aposta.

A batalha mais dura enfrentada pelo candidato do PMDB não é a do voto, mas a dos tribunais. O TRE-TO, numa rapidez que impressiona o governador, atendeu favoravelmente às liminares impetradas da coligação adversária. E elas engessam a administração estadual. A Justiça Eleitoral impediu o uso de US$ 106 milhões de um empréstimo junto a um banco italiano. Destinado a obras de infra-estrutura, ele só foi aprovado no início de julho pelo Senado. “Esse dinheiro é para a construção de 70 pontes e 300 quilômetros de pavimentação. Ele não vem para o caixa do Estado. É liberado pelo Banco Central conforme o andamento das obras, não tem nada a ver com abuso do poder econômico”, explica Miranda. Outra liminar barrou ações sociais implantadas pela administração itinerante. “Com isso, 36 mil pessoas em 30 municípios ficarão, por exemplo, sem receber óculos. Essa ação existe há dois anos, não tem nada de eleitoral”, reclama Miranda.

Na tevê, o governador mantém um programa propositivo, apesar dos ataques que passou a receber do candidato do PSDB, que domina o Estado desde o seu surgimento, em 1988. Siqueira Campos já foi governador três vezes e aos 78 anos pretende voltar ao cargo. O binômio industrialização e geração de empregos é o ponto forte da campanha de Miranda. Ele já conseguiu atrair uma unidade da Votorantim. Outras negociações que resultarão em emprego e renda são as instalações de uma refinaria de biodiesel e usinas de açúcar e álcool. “O jogo é duro, mas trabalho para vencer. Temos muito a fazer pela população e pelo Estado”, afirma o governador.