Na semana que passou, sem alarde, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, afastou cerca de 800 funcionários da Casa que ocupavam os chamados Cargos de Natureza Especial (CNEs). Pode chegar a 2.500. As CNEs são uma espécie de caixa-preta do Congresso. Severino esperou para ouvir a chiadeira interna apenas para saber quais os padrinhos de cada nomeação. Fez as contas e guardou na algibeira das calças o total de quanto poupará com a medida. Paralelamente, instaurou uma comissão encarregada de avaliar os pontos de desperdício dos gastos da Câmara. Nesta semana, ele quer colocar em votação o projeto de aumento dos salários dos deputados. Vai esperar o PT, o PSDB, etc. estrebucharem. Ameaça divulgar, depois, os padrinhos dos CNEs demitidos. E, principalmente, a poupança que fez. Com isso, pretende dar um nó nos críticos de sua administração. Se a tática é certa ou errada, ainda não se sabe. Mas o fato é que petistas e tucanos fecharam a semana em pânico. Não sabem o que fazer com seus apadrinhados demitidos.