A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária aprovou nesta semana o projeto que estabelece um marco temporal para o reconhecimento e a demarcação de terras indígenas. O PL 2.903/2023 estabelece que só podem ser demarcadas as áreas que já eram tradicionalmente ocupadas por povos indígenas até o dia 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal. Texto ainda terá de passar por novas votações no Senado. STF também discute o tema.

Lideranças de diversas regiões do país defendem que a ação nega o extermínio e a expulsão forçada de milhões de indígenas. Defendem, ainda, que pode perpetuar o genocídio dos povos originários, visto que sua aprovação implica o aumento da violência e de conflitos fundiários.

Por meio das redes sociais, o rapper Xamã demonstrou apoio ao tuitaço contra o marco temporal e pediu a demarcação das terras indígenas. O artista, filho de pai indígena, vem se conectando com a sua ancestralidade e é um aliado nas lutas dos povos originários. Cada vez mais consciente do impacto do seu trabalho, ele deixa evidente o propósito de usar a sua voz para potencializar as lutas e cultura dessa população.

Em abril deste ano, Xamã participou da 19ª edição do Acampamento Terra Livre, a maior mobilização dos povos originários do país, em Brasília. O rapper estava no local ao lado de amigos e lideranças indígenas – entre eles Sônia Guajajara, Tukumã Pataxó, Sam Sateré Mawé, Txepo Suruí e Kefas. Neste ano, o ATL teve como demandas prioritárias a retomada da política de demarcações e o fim das violências e decretar emergência climática.