Por Elvira Pollina

ROMA (Reuters) – A Vivendi, principal investidora da Telecom Italia, pediu ao conselho da empresa para considerar apenas ofertas para sua rede fixa que avaliem adequadamente o ativo, disseram fontes próximas ao assunto, aumentando a pressão sobre o presidente-executivo e os diretores do grupo de telefonia.

A venda da rede da Telecom Italia, o ativo mais valioso da companhia, é um elemento chave do plano do presidente-executivo Pietro Labriola para renovar o grupo de telecomunicações e reduzir as dívidas de 25 bilhões de euros da empresa.

Mas a Vivendi, que deixou o conselho da Telecom Italia em janeiro após uma rodada de negociações infrutíferas com o governo italiano sobre o futuro da empresa, tem ressalvas sobre o processo de licitação e não acredita que uma nova rodada de licitações fechará a lacuna de avaliação.

O conselho da Telecom Italia deu a Labriola neste mês a tarefa de iniciar um processo formal de licitação e buscar melhores ofertas do banco estatal italiano Cassa Depositi e Prestiti (CDP) e do Macquarie, bem como da concorrente KKR, até 18 de abril.

Ambas as ofertas iniciais das concorrentes avaliaram os ativos da rede da Telecom Italia em pelo menos 10 bilhões de euros abaixo do preço de 31 bilhões estabelecido pela Vivendi, disseram fontes anteriormente.

Em uma carta enviada ao conselho da Telecom Italia, a Vivendi também disse que os termos de qualquer venda de rede têm de garantir que os negócios de serviços remanescentes da Telecom Italia estejam em uma posição financeira sustentável, disseram as fontes.

O grupo francês quer que qualquer decisão passe por uma assembleia extraordinária de acionistas, acrescentaram.

O CDP, que detém 10% da Telecom Italia, ofereceu cerca de 18 bilhões de euros, incluindo dívidas, como parte de um plano para combinar os ativos de rede da Telecom Italia com os da rival menor Open Fiber.

A KKR, que já possui uma participação minoritária na rede fixa da Telecom Italia, ofereceu 20 bilhões de euros, incluindo um mecanismo de pagamento contingente de 2 bilhões de euros.

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