O Vaticano reiterou nesta segunda-feira (4) a sua oposição ao aborto antes da votação na França de uma reforma para proteger explicitamente em sua Constituição o direito à interrupção voluntária da gravidez.

“Na era dos direitos humanos universais, não pode existir um ‘direito’ a suprimir uma vida humana”, afirmou em um comunicado a Pontifícia Academia para a Vida, órgão do Vaticano que se encarrega das questões de bioética, apoiando a postura dos bispos franceses.

O órgão, fundado pelo papa João Paulo II, “apela a todos os governos e tradições religiosas a fazerem todo o possível para que, nesta fase da história, a proteção da vida se torne uma prioridade absoluta”.

“As situações particulares da vida e os contextos difíceis e dramáticos do nosso tempo devem ser tratados com base em um direito que, acima de tudo, tenta proteger os mais fracos e vulneráveis”, acrescentou.

Um Congresso extraordinário, que reunirá as duas câmaras do Parlamento francês em Versalhes, acolherá nesta segunda-feira uma votação para incluir o direito ao aborto na Constituição do país.

Se a medida for aprovada, a França se tornará o primeiro país a proteger explicitamente na sua Constituição a “liberdade garantida” das mulheres para abortar.

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