Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado à Universidade de São Paulo (USP), trabalha em um projeto revolucionário: um protótipo de bateria nuclear termoelétrica que pode fornecer energia por mais de dois séculos.

Apresentada à comunidade acadêmica no final do ano passado, essa inovação é capaz de gerar eletricidade sem a necessidade de qualquer forma de recarga, representando um avanço notável na busca por soluções energéticas duradouras. A tecnologia pioneira, baseada na conversão de calor em energia elétrica, promete uma solução de longo prazo para aplicações que requerem fontes de energia confiáveis e praticamente inesgotáveis.

Além da pesquisa do IPEN, outra vertente de bateria infinita está sendo produzida no Brasil. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão desenvolvendo o primeiro protótipo de uma bateria feita à base de sódio.

Seria algo inédito até o momento, uma vez que as baterias geralmente são feitas de lítio, devido à sua maior duração e capacidade de armazenamento de energia.

O físico Hudson Zanin, líder do projeto de pesquisa, argumenta que os módulos de sódio possuem vantagens competitivas futuras. “O sódio é um insumo acessível e disponível em qualquer país. Seu refino em larga escala proporcionará maior viabilidade econômica em relação à de lítio, que enfrentará fortes demandas no mercado”.

Made in China

A startup chinesa Betavolt lançou, no início do ano, um bateria que poderia durar cerca de cinquenta anos. O aparelho é o primeiro dispositivo do mundo a miniaturizar a energia atômica.

Essa bateria contém isótopos de níquel-63 agrupados dentro de um dispositivo de tamanho inferior ao de uma moeda.

Em 2025, a Betavolt pretende lançar no mercado uma versão de maior potência que poderá energizar celulares, drones, marca-passos e corações artificiais.

As baterias nucleares hoje são usadas apenas em lugares remotos, como faróis em ilhas desertas, satélites e rovers da NASA enviados a Marte, como o Curiosity.