Esse em vez de entregar seu cartão de visitas você apontasse a sua mão para o celular da pessoa e ela imediatamente recebesse os seus contatos? Ou, com apenas um gesto, abrir portas, passar em catracas e até mesmo dar partida no seu carro e moto? Isso é possível através da implantação de um microchip de 12 milímetros — do tamanho de um grão de arroz — logo abaixo da pele da mão, na região entre o polegar e o dedo indicador. “A primeira ideia que as pessoas têm é a de que o produto funciona como um GPS, como nos filmes de Hollywood, mas não é verdade. O nosso chip usa a mesma tecnologia de um cartão de crédito por aproximação”, explica Antônio Dianin, fundador da Project Company, que vende os dispositivos no Brasil. Ou seja, é preciso que os objetos não estejam distantes do que será acessado, como fechaduras e chaves inteligentes.

João Castellano

Dianin diz que é possível configurar o microchip através de qualquer aplicativo que use a tecnologia NFC, que irá se conectar ao dispositivo por meio de sua antena. Não há bateria e, além das configurações de acesso, podem ser armazenados pequenos dados em texto, como endereço, tipo sanguíneo, alergias ou qualquer informação relevante ao cliente. Para a consultora em inovação Lina Lopes, que trabalha com arte e tecnologia, colocar um chip em cada mão foi parte de um projeto artístico: tocar um instrumento musical através das ondas curtas emitidas pelos dois implantes. “No lugar de pensar que posso abrir o meu carro ou controlar os sistemas da minha casa, prefiro imaginar em como será daqui a cem anos. Hoje tratamos a biometria com naturalidade, mas como era no passado? Quero ver aonde essa tecnologia irá nos levar”, reflete. Por sua baixa complexidade, o microchip pode ser colocado por qualquer profissional de saúde e até mesmo em espaços de piercings e tatuagens.