O jogador de futebol Dudu, do Palmeiras, teria montado um esquema para evitar a partilha de bens com sua ex-companheira, Mallu Ohana. De acordo com reportagem do portal g1, publicada nesta sexta-feira, 5, ela teria sido induzida a assinar um documento sem que soubesse de seu conteúdo.

Segundo a reportagem, escrituras públicas de declaração de união estável e pacto antenupcial, que estabelece um regime de separação total de bens, teriam sido assinadas por Mallu porque foram colocadas entre outros documentos que ela estava em vias de assinar. 

A situação teria ocorrido dentro do Centro de Treinamento (CT) do Palmeiras em janeiro de 2019.

Naquele ano, o jogador ainda estava com a companheira, mas já planejava se separar. Ele estava sendo sondado por times da China e usou a possibilidade de ser contratado por clube daquele país como argumento para solicitar a assinatura de documentos de Mallu.

De acordo com prints a que a reportagem do g1 teve acesso, uma conversa com o ex-empresário do jogador, Thiago Donda, mostra preocupação por parte do consultor financeiro Antônio Calil.

Na troca de mensagens, ele orienta o empresário a pedir para Dudu excluir a mensagem que havia mandado perguntando se Mallu teria direito aos bens depois de assinar “aquele papel”. A assinatura teria acontecido na presença de uma cartorária, que teria sido paga para formalizar as escrituras públicas.

Os prints mostram, ainda, um grupo com funcionários de Dudu comemorando o esquema organizado pelo consultor financeiro.

As escrituras públicas estabelecendo regime de separação total de bens foram, assinadas por Mallu, foram apresentadas à Justiça pela defesa de Dudu. Porém, Mallu argumentou que jamais havia assinado os documentos.

Apesar do documento, o TJ-SP entendeu que Dudu deve partilhar o patrimônio adquirido entre 2009 e 2019 com a ex-companheira, já que o pacto antenupcial não retroage (tem efeito sobre o passado), não valendo, portanto, para os bens adquiridos antes da assinatura, em janeiro de 2019.

Reprodução/g1.
Reprodução/g1.