As forças armadas russas e os seus auxiliares recorrem sistematicamente à tortura nos territórios ocupados da Ucrânia, disse nesta sexta-feira (8) uma especialista das Nações Unidas.

“O número de denúncias credíveis de tortura e outras formas de tratamento ou punição cruel, desumano ou humilhante” indica que “a tortura é um elemento da política de guerra da Rússia”, disse Alice Jill Edwards, relatora especial da ONU sobre tortura.

A relatora observou que os promotores ucranianos investigam cerca de 103 mil casos relacionados a crimes de guerra e crimes contra a humanidade, e que 90% deles foram registrados como casos de tortura.

Em um relatório elaborado após visitar a Ucrânia em setembro, Edwards concluiu que “a tortura era praticada de forma organizada e sistemática”.

As suas conclusões apontam para “uma autorização direta e uma política deliberada”.

Os relatores especiais são especialistas independentes vinculados ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas que não falam em nome das Nações Unidas.

Edwards apelou nesta sexta-feira a Moscou para “emitir uma diretiva firme e inequívoca […] de que a tortura nunca será admissível e será punida”.

A relatora, que não foi autorizada a visitar a Rússia, também instou o país a “iniciar investigações sobre essas acusações e autorizar inspetores internacionais a visitar todos os locais de privação de liberdade e observar processos criminais”.

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