As fortes chuvas que atingiram o sudeste do país deixaram pelo menos 23 mortos desde sexta-feira (22) nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde as autoridades descreveram uma situação “caótica” devido às enchentes.

O número de mortos no Espírito Santo subiu para 15 neste domingo (24), informou a coordenação local de Proteção e Defesa Civil.

O município mais afetado é Mimoso do Sul, cidade de quase 25 mil habitantes localizada no sul do estado, onde pelo menos 13 pessoas morreram nas enchentes, segundo o número oficial, que deve aumentar nas próximas horas.

A situação lá é “caótica” e as autoridades tentam mensurar os danos, disse no sábado o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.

“As equipes continuam trabalhando”, com acesso na manhã deste domingo a zonas antes inacessíveis graças à descida do nível da água depois de uma noite praticamente sem chuva, disse Casagrande nas redes sociais.

Um sobrevoo mostrou extensas áreas com casas ainda submersas neste estado vizinho ao Rio de Janeiro, onde 13 municípios estão em situação de emergência.

Enquanto isso, a tempestade causou pelo menos oito mortes no Rio de Janeiro desde o início das chuvas na sexta-feira, a maioria devido a deslizamentos de terra na região serrana do estado, informaram as autoridades.

Quatro dessas mortes foram consequência do desabamento de residências na cidade de Petrópolis, localizada a cerca de 70 quilômetros da capital do estado e palco de uma tragédia que deixou 241 mortos em fevereiro de 2022.

A Defesa Civil municipal alertou para riscos “muito altos” de deslizamentos de terra neste domingo.

Os alertas de fortes chuvas e suas consequências continuaram neste domingo em diferentes áreas do sudeste, onde as autoridades implantaram fortes operações para tentar conter os danos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade aos familiares das vítimas e atingidos, em mensagem publicada na noite de sábado nas redes sociais.

Tragédias como estas “se intensificam com as mudanças climáticas”, disse o presidente, que destacou os esforços para reforçar a prevenção e reação a catástrofes, e disponibilizou equipes para colaborar com os governos locais.

A tempestade que atinge parte do Brasil se deve à chegada de uma frente fria após uma onda de calor extremo na região.

Essa massa impactou o Rio Grande do Sul em meados da semana passada, e avançou em direção a São Paulo e Rio, antes de chegar ao Espírito Santo, explicaram meteorologistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

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