As desfiliações do PSL de Jair Bolsonaro e seu filho 01, o senador Flávio, foram comemoradas pelo presidente nacional da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE). Afinal, o presidente vinha empurrando o partido para a extrema-direita, quando seu ideário é pela defesa do liberalismo, mais à centro-direita, sem posições de radicalismo como as que o bolsonarismo vinha impondo à agremiação. Agora, sem a família buscapé em seu seio, o PSL pode voltar ao seu eixo natural, sem radicalismos. O partido de Bivar vai continuar defendendo as reformas, mas sem as teses antidemocráticas propagadas pelo presidente e seus filhos. Entre outras coisas, Bivar não gostou nada nada da proposta do 03, deputado Eduardo, que pregou a volta do AI-5, com o fechamento do Congresso e do STF.

Acordos

Agora o PSL fica livre para fechar acordos com outras siglas, tendo em vista as eleições de 2020 para prefeito e de 2022 para presidente. Em São Paulo, o partido lançará a deputada Joice Hasselmann para a prefeitura, abrindo espaço para um acordo com o governador Doria. No Rio, o PSL deve lançar alguém em comum acordo com o governador Witzel.

Dinheiro

Com Bolsonaro longe do caixa do partido, o PSL também terá recursos para fazer uma campanha substancial, tanto para as prefeituras como para a presidência. Para 2020, o partido terá R$ 358 milhões (R$ 245 milhões do Fundo Eleitoral e R$ 113 milhões do Fundo Partidário). Até 2022, o PSL terá mais de R$ 1 bilhão nos cofres para a campanha.

O MBL vai virar partido

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Câmara dos Deputados

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) está trabalhando para transformar o Movimento Brasil Livre (MBL) em um novo partido. Ele quer que o MBL já dispute as eleições do ano que vem para as prefeituras como uma nova sigla. Está conversando sobre o assunto com o ministro do TSE, Og Fernandes. Para a prefeitura de São Paulo, ele tem até candidato: o deputado estadual Arthur do Val (DEM), o “Mamãe Falei”.

Rápidas

* A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protocolou uma notícia-crime no STF contra Bolsonaro no caso do assassinato de Marielle para se apurar a legalidade da ação que o presidente fez ao pegar a gravação das ligações na portaria do condomínio onde tem casa.

* A advogada Karina Kufa, amiga íntima do deputado Eduardo (PSL-SP), é a principal articuladora da família Bolsonaro na criação da “Aliança pelo Brasil”, o novo partido que vai dar abrigo ao presidente e seus filhos.

* A prisão após condenação em segunda instância, que o STF derrubou, começa a andar na Câmara: a CCJ aprovou, por 50 a 12, em sessão na quarta-feira 12, a Proposta de Emenda à Constituição que retoma a medida. Um avanço.

* O deputado Gilson Marques (Novo-SC) apresentou proposta legislativa que prevê a execução provisória da pena após condenação em segunda instância. O projeto altera o artigo 283 do Código de Processo Penal (CPP).

Retrato falado

“Eu não sou o ator principal deste filme” (Crédito:MARCOS CORREA)

O vice Hamilton Mourão não ficou feliz com as declarações de Bolsonaro sobre a escolha do vice para a chapa que ele deve formar para disputar a reeleição. Bolsonaro disse que preferia que o vice fosse o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o príncipe herdeiro. Mourão explicou que, aos 66 anos, tinha outras coisas que o chateavam. “Quando chegar 2022, se o presidente precisar de mim, ele sabe que pode contar comigo como um soldado. Se não precisar, sem problemas”.

A informalidade mata a economia

Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes estão estimulando a informalidade na economia e destruindo a produtividade brasileira. Hoje, o Brasil tem 38,8 milhões de pessoas na informalidade (empregos sem registro em carteira, gente trabalhando por iniciativa própria), de acordo com o último estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a mais séria instituição de pesquisas econômicas: 100% das vagas de empregos surgidas em 2018 e 2019 são informais, de reduzida remuneração e baixa produtividade. Entre eles, estão entregadores de aplicativos, empregadas domésticas e vendedores a domicílio, pessoas que trabalham sem nenhuma segurança de benefícios trabalhistas.

Baixa produtividade


Com isso, a produtividade da economia brasileira é uma das mais baixas no mundo. No primeiro trimestre deste ano, a queda na produtividade foi de 1,1%. No segundo trimestre ela caiu mais 1,7%. Ou seja, com a redução de salários, os trabalhadores estão topando qualquer coisa para garantir um emprego.

Lula é ficha suja

Suamy Beydoun / AGIF

Lula está comemorando o fato de ter sido solto e já está rodando o país em campanha para a presidência em 2022, mas tudo não passa de um engodo. Ele não pode ser candidato pelos próximos 16 anos. Condenado em segunda instância no caso do tríplex, o petista é inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou em 2010.

Só aos 90 anos

Como acabou de comemorar 74 anos, ele só poderá ser candidato a um cargo eletivo quando completar 90 anos. Ou seja, em 2035. Como nesse ano não teremos eleições para presidente, ele só poderá disputar o pleito de 2038, mas aí ele já terá 93 anos. Antes, poderá disputar as eleições para prefeito de 2036, de São Bernardo ou de Guaranhuns.

O bolsonorista matador cruel de Javalis

Marco A.Cardelino

O deputado Frederico D’Ávila (PSL-SP) propõe revogar a lei estadual que proíbe a caça ao Javali em São Paulo. Ele defende que os animais possam ser mortos à dentadas por cães ferozes, derrubando a lei de 2018. É considerado também “traidor” pelos tucanos, ao trocar Alckmin por Bolsonaro às vésperas da eleição,

Toma lá dá cá

Alessandro Vieira, Senador (Cidadania-SE) (Crédito:Jefferson Rudy)

O senhor acredita que a prisão após segunda instância será aprovada no Senado?
Sim, a mudança garantindo a execução da prisão após condenação em segunda instância tem todas as condições de ser aprovada no Senado. Já tem o apoio de 46 senadores.

O primeiro embate será na CCJ. A medida passa na CCJ?
A maior parte dos senadores que integra a CCJ já manifestou apoio para que a gente tenha essa questão da prisão em segunda instância resolvida, seja por PL ou por PEC.

O que achou do STF estabelecer que prisão só após o trânsito em julgado?
A decisão do STF, de forma equivocada, cria um estímulo à impunidade. Não é à toa que volta-se a apostar naqueles processos infindáveis, que ficam buscando a prescrição.

* Com colaboração de Marcos Strecker



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