O jogo contra o Goiás neste domingo, válido pela 38ª rodada do Campeonato Brasileiro, é a última chance que o São Paulo tem para dar um gosto de conquista ao seu torcedor no ano. Em uma temporada marcada por altos e baixos, de euforias passageiras e frustrações pela perda de duas finais, restou ao time do Morumbi lutar por uma vaga na fase prévia da Libertadores do ano que vem. E será necessário quase um milagre para o objetivo ser alcançado no Estádio da Serrinha, às 16h.

Com 51 pontos e ocupando a 11ª posição da tabela, a equipe de Rogério Ceni não depende apenas das próprias forças para ficar entre os oito melhores do campeonato. Além de vencer o Goiás, o São Paulo precisa torcer para Botafogo (em 8º, com 53 pontos) e América-MG (9º, com 52 pontos) perderem seus jogos contra Athletico-PR e Atlético-GO, respectivamente, e o Fortaleza (10º, com 52 pontos), no mínimo, empatar com o Santos.

Depois de perder para o Internacional, em casa, na última terça-feira, o São Paulo foi ultrapassado pelos times carioca e cearense, que venceram seus jogos e afastaram o tricolor da meta de conseguir uma vaga para o principal torneio continental, conforme estabelecido por Ceni no começo da temporada. Matemáticos dão ao tricolor paulista apenas 11% de chances de terminar o campeonato no G-8.

As estatísticas poderiam ser maiores, não fosse a perda de pontos importantes que o São Paulo deixou pelo caminho. Dois deles, inclusive, contra o próprio Goiás, que conseguiu arrancar um empate no final do jogo, no Morumbi, no primeiro turno. A partida terminou em 3 a 3 com Luciano desperdiçando uma cobrança de pênalti.

REFORMULAÇÃO

Se a combinação dos resultados não for favorável ao São Paulo, vai restar ao time a vaga para a Copa Sul-Americana, torneio para o qual já está classificado e que já foi, a contragosto da torcida, disputado este ano. Por essa razão, a partida é decisiva porque vai ditar o futuro do São Paulo em 2023 e como o time vai se reorganizar em termos de elenco para ser mais competitivo no ano que vem.

Com uma reformulação à vista pelos lados do Morumbi, uma das poucas certezas da próxima temporada é que o torcedor são-paulino continuará vendo Rogério Ceni no banco de reservas. Mesmo depois de perder para o Internacional, o técnico tricolor recebeu o apoio do presidente do clube, Julio Casares. Em entrevista coletiva, o dirigente descreveu o trabalho de Ceni como “sério” e defendeu a continuidade do trabalho do comandante.

“Como presidente, estou frustrado por não ter conquistado a Sul-americana e pelo resultado de hoje (derrota de terça-feira), mas o clube foi a duas finais em três anos e o trabalho do Rogério é sério e correto. Claro que esperávamos mais, mas vamos começar a fazer ajustes no elenco, mudanças pontuais, que primam pela mudança de perfil e pelo comprometimento com a visão total do Ceni”, disse Casares.

DESFALQUES

Não bastasse não depender de si, o São Paulo ainda vai precisar superar o Goiás sem 12 jogadores, desfalques por lesão e suspensão. Os machucados são os zagueiros Arboleda e Diego Costa; os laterais Igor Vinícius e Moreira; os meio-campistas Andrés Colorado, Alisson, Nikão e Rodriguinho; e os atacantes Éder e Caio. Já os suspensos são André Anderson e Patrick, que tomaram o terceiro cartão amarelo no jogo contra o Internacional. Rafinha, por sua vez, volta e vira opção.

A lista seria maior não fosse a saída de Miranda, que anunciou, via redes sociais, sua despedida do clube na quinta-feira. O zagueiro de 38 anos não vinha sendo escalado por conta de uma lesão no joelho esquerdo. Como não teria o seu contrato – com previsão para terminar no final deste ano – renovado, o experiente jogador abreviou sua passagem pelo clube.

GOIÁS

Pesa a favor do São Paulo a falta de aspirações maiores do Goiás para esta última rodada. O time treinado por Jair Ventura está em 13º na tabela, com 46 pontos e com vaga garantida para a Sul-Americana do ano que vem. Na quarta-feira, 9, a equipe foi derrotada por 3 a 0 pelo Fluminense, no Maracanã, e ainda viu dois de seus jogadores, Felipe Bastos e Dadá Belmonte, serem expulsos. Outro desfalque da equipe esmeraldina é o atacante Vinícius, lesionado.

O Goiás não tem demonstrado força em seus domínios: é apenas o 14º melhor mandante do campeonato. São 6 vitórias, 8 empates e 4 derrotas, totalizando 26 pontos conquistados.

O São Paulo, porém, não é o visitante mais indigesto também. Foram 4 vitórias longe do Morumbi, sendo três delas contra Juventude, Ceará (ambos já rebaixados), e Atlético-GO, que também tem grandes chances de cair – a outra vitória foi contra o América-MG. Somando esses triunfos com os outros 9 empates e as 5 derrotas, o São Paulo conquistou 20 pontos fora de casa e é o 10º melhor visitante do Brasileiro.

DUELO DE ARTILHEIROS

Um duelo à parte também está marcado para acontecer na Serrinha. Titulares incontestáveis de suas equipes, Jonathan Calleri e Pedro Raul brigam pela vice-artilharia do Campeonato. O atacante são-paulino tem 18 gols, enquanto o centroavante do Goiás tem 19. A lista é dominada pelo argentino Cano, que balançou as redes 25 vezes no torneio – as últimas quatro, por curiosidade, foram justamente contra São Paulo e Goiás.

FICHA TÉCNICA

GOIÁS X SÃO PAULO

GOIÁS – Tadeu; Maguinho; Lucas Halter, Reynaldo e Sávio; Auremir, Matheus Sales e Marquinhos Gabriel; Apodi, Pedro Raul e Diego. Técnico: Jair Ventura.

SÃO PAULO – Felipe Alves, Rafinha, Ferraresi e Léo; Marcos Guilherme, Pablo Maia, Rodrigo Nestor, Igor Gomes e Reinaldo; Luciano e Calleri. Técnico: Rogério Ceni.

ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique (CE).

Horário – 16h.

Local – Estádio da Serrinha.