O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, considerou, nesta quarta-feira (3), que a explicação de Israel sobre a morte, esta semana, de sete trabalhadores humanitários na Faixa de Gaza é “inaceitável” e “insuficiente”.

“Para nós parece insuficiente (…) o suposto esclarecimento que o primeiro-ministro [israelense Benjamin] Netanyahu fez sobre o que aconteceu em Gaza e com a ONG do chef José Andrés”, disse Sánchez durante uma coletiva de imprensa em Doha, na etapa final de sua viagem por três países da região.

Netanyahu admitiu, na terça-feira, que essas sete pessoas morreram em um bombardeio “não intencional” israelense em Gaza, que chamou de “incidente trágico”.

“Isso acontece em uma guerra (…), estamos em contato com os governos e faremos todo o possível para que não aconteça de novo”, acrescentou.

O Exército israelense afirmou, por sua vez, que o ataque foi “um erro grave”.

Essas explicações não convenceram Sánchez, que afirmou esperar “um esclarecimento muito mais detalhado sobre quais foram as causas (…), considerando também que, pelo que se sabe até agora, o governo israelense conhecia a ação e o itinerário desta ONG no terreno em Gaza”.

Sánchez considerou, portanto, “absolutamente inaceitável” e “insuficiente” a explicação dada até agora por Netanyahu, embora não tenha especificado as ações que a Espanha poderia tomar em resposta.

As sete vítimas (três trabalhadores humanitários, os seus três assessores de segurança e um motorista-intérprete palestino) trabalhavam para a ONG americana World Central Kitchen.

Essa organização – que entregava alimentos no território palestino, ameaçado pela fome – foi fundada pelo famoso chef hispano-americano José Andrés, para quem Sánchez telefonou na terça-feira de manhã da Jordânia para expressar o seu pesar pelo ocorrido.

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