Seguir a inovação é sempre um bom pretexto para trocar de celular. As marcas pelo menos se esforçam para encontrar argumentos que motivem a atualização dos modelos, mas vários fatores podem determinar o comportamento de quem compra e o ritmo a que o faz.

É assim em quase tudo e nos smartphones também, mas o certo é que é possível encontrar diferenças com alguma expressão entre o comportamento de quem usa o iPhone da Apple ou outras marcas, com sistema operacional Android.

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O Mobile Overview Report da Scientiamobile revela que no final de junho passado o tempo de vida médio dos celulares em utilização a nível global era superior a 24 meses, uma tendência que não encaixa exatamente da mesma forma em fãs da Apple e da Google, dona do Android. Olhando para o universo Android vs iPhone verifica-se que os utilizadores do iPhone são mais rápidos na troca para novos modelos, que os donos de telefones com sistema operacional Android.

Mais de um quarto dos smartphones com sistema operacional Android (26,4%) estavam no final de junho em atividade por um período de 25 a 36 meses. Entre iPhones, os equipamentos ligados há mais de 13 meses e menos de 24 representavam a maior fatia (24,1%) de smartphones da Apple ativos. Isto é, cerca de um quarto dos usuários com Android mantém o mesmo telefone durante dois a três anos, enquanto uma percentagem idêntica de utilizadores do iPhone mantém o equipamento metade do tempo.

Outro dado curioso apurado na mesma pesquisa é que a percentagem de early adopters entre os fãs Apple é expressiva: 14,7% dos usuários da marca trocam para um novo iPhone logo a seguir a cada novo lançamento. Ou seja, mudam de smartphone a cada ano ou menos. No universo Android a percentagem de early adopters é metade.

No entanto, a fidelidade à marca também dá expressão a um perfil de utilização do iPhone completamente oposto a este: o dos usuários que mantêm o mesmo equipamento por mais de cinco anos. Cerca de 12% dos iPhones em utilização no final de junho estavam nesta “faixa etária”, um número que também espelha a utilização crescente de equipamentos em segunda mão. No ecossistema Android, só 8,7% dos celulares em utilização tinham mais de cinco anos.

O iPhone 11, lançado em 2019, continua a ser o smartphone mais usado em todas as regiões do mundo, num top onde 15 dos 21 equipamentos mais utilizados são da Apple. Só alguns modelos de linha média da Samsung e da Xiaomi conseguem se aproximar da dominância da Apple. Ainda assim, o iPhone 11 continua a ter uma penetração global de 4,88%, no que refere aos smartphones em utilização.

O estudo analisa também quanto tempo leva um celular a avariar ou apresentar problemas. Em 23,5% dos modelos ativos isso aconteceu entre os 13 e os 24 meses de utilização. Já em 23,6% dos casos, a primeira falha foi registada entre os 25 e os 36 meses, o que acaba por confirmar uma utilização expressiva de equipamentos por mais de dois anos, tendo em conta todo o parque de equipamentos ativos.