Cerca de 30.000 migrantes cruzaram o Canal da Mancha da França ao Reino Unido de forma irregular em 2023, uma queda anual de mais de um terço, de acordo com números oficiais publicados nesta segunda-feira (1º).

Apesar da diminuição, o número mais recente, 29.437, é o segundo mais elevado desde que as autoridades começaram a publicar estes dados em 2018. O recorde foi registrado em 2022, quando 45.000 migrantes fizeram a viagem.

A perigosa travessia de uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo se tornou uma tensa questão política para o governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak, que no ano passado prometeu “parar os barcos”.

Downing Street afirma que o acordo de 480 milhões de libras (R$ 2,9 bilhões na cotação atual) assinado com a França para evitar travessias está começando a dar resultados, juntamente com acordos de retorno rápido firmados com países como a Albânia.

Os conservadores no poder esperavam dissuadir estas viagens, evitando que todos os migrantes que chegassem sem autorização prévia solicitassem asilo, e enviando alguns para o Ruanda.

No entanto, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que deportá-los para o país da África Oriental é ilegal segundo o direito internacional.

As viagens através do Canal da Mancha em pequenos barcos infláveis, muitas vezes sobrecarregados e impróprios para navegação, resultam muitas vezes em tragédias.

Em novembro de 2021, pelo menos 27 pessoas morreram afogadas quando a embarcação em que estavam virou.

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