O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, criticou nesta sexta-feira (16) o plano da União Europeia (UE) de distribuir de forma mais equilibrada o acolhimento aos solicitantes de asilo, comparando a medida com as deportações em tempos de guerra.

O líder nacionalista, contrário ao recente acordo que estabelece um mecanismo de solidariedade entre os Estados-Membros para acolher os refugiados, denunciou “regras que dão a Bruxelas o direito de decidir como distribuir os migrantes”.

“Será que eles vão pegar os migrantes na Alemanha que não querem vir para cá, prendê-los, transportá-los em carroças e descarregá-los em nosso país?”, questionou Orban.

“Todos os países que não permitirem a entrada de migrantes serão forçados a fazê-lo”, denunciou, em entrevista a um veículo de comunicação pró-governo.

A oposição foi rápida em denunciar um “paralelismo vergonhoso com o Holocausto”.

De acordo com a reforma proposta, os Estados-membros teriam que acolher um número de solicitantes de asilo que cheguem a um país da UE submetido à pressão migratória, especialmente Itália, Grécia e Espanha, ou pagar uma contribuição financeira de 20 mil euros por pessoa (105 mil reais na cotação atual).

A votação precisa do aval de 15 dos 27 países membros, representando pelo menos 65% da população da UE. Polônia e Hungria votaram contra.

O acordo alcançado abre caminho para as negociações com o Parlamento Europeu, com vista à adoção da reforma antes das eleições europeias de junho de 2024.

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