O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, exaltou nesta quarta-feira (15) a crescente cooperação com o Japão em temas como a Coreia do Norte e semicondutores, o que segundo ele representa um “novo capítulo” histórico para os dois países.

Yoon viajará na quinta-feira a Tóquio, sua primeira visita ao país desde que assumiu o cargo em 2022, após sua polêmica iniciativa para tentar resolver a amarga disputa histórica com o Japão sobre os trabalhos forçados na Segunda Guerra Mundial.

O sul-coreano disse que acredita no sucesso de seu novo plano para indenizar as vítimas dos trabalhos forçados. Ele afirmou em uma entrevista a vários meios de comunicação, incluindo a AFP, que “o governo japonês se unirá a nós para abrir um novo capítulo nas relações Coreia-Japão”.

O plano de Yoon, apresentado este mês, contempla indenizações às vítimas coreanas sem a participação direta do governo do Japão, o que irritou muitas vítimas, que consideram a ideia distante de sua demanda por um pedido de desculpa total e pagamento por parte das empresas japonesas envolvidas.

“O Japão expressou profundo remorso e as mais sinceras desculpas por seu passado colonial, por meio das posições de seus governos anteriores”, disse Yoon.

Quase 780.000 coreanos foram recrutados para trabalhos forçados pelo Japão durante seu domínio colonial na península da Coreia, entre 1905 e 1945, de acordo com dados de Seul.

O número não inclui as mulheres coreanas forçadas à escravidão sexual pelas tropas japonesas.

Yoon quer deixar a disputa histórica para trás e busca uma aproximação de Tóquio, um importante aliado regional dos Estados Unidos, diante da ameaça crescente da Coreia do Norte.

Em 2022, Pyongyang se declarou um “Estado nuclear irreversível” e o ditador do país, Kim Jong Un, defendeu um aumento “exponencial” na produção de armas, incluindo as de tipo nuclear tático.

A Coreia do Sul “nunca reconhecerá a Coreia do Norte como Estado nuclear sob nenhuma circunstância”, afirmou Yoon.

Ele mencionou os relatos de pessoas que morrem de fome no Norte.

“O regime norte-coreano poderia resolver com facilidade a escassez de alimentos se destinasse o dinheiro que gasta no desenvolvimento nuclear e de mísseis para melhorar a vida de seu povo”, disse Yoon.

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