Os contratos futuros de petróleo tiveram mais uma sessão de fortes perdas, em um dia marcado por generalizada aversão ao risco em meio ao pânico pelo avanço global do coronavírus. A decisão do presidente americano, Donald Trump, de cancelar os voos da Europa para os Estados Unidos, anunciada na quarta-feira, também pressionou as cotações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em queda de 4,49%, a US$ 31,50 o barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo Brent para maio recuou 7,18%, a US$ 33,22 o barril.

Os preços da commodity operaram sob forte pressão desde a noite de ontem, após o anúncio de Trump. O presidente americano informou que todas as viagens originadas da Europa em direção ao território americano ficariam proibidas por 30 dias, a partir de amanhã, com exceção de voos partindo do Reino Unido.

“As restrições de viagens e a desaceleração industrial estão pesando nas previsões da demanda global de petróleo em um momento em que o fornecimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deve aumentar após o colapso das discussões chegar ao mercado no próximo mês após o colapso das discussões (por cortes na produção”, explica o ING.

O Commerzbank prevê que a tendência descendente deve prevalecer no mercado por algum tempo, em face da falta de um acordo entre Rússia e Arábia Saudita. Os dois países não chegaram a um consenso para redução da oferta, para fazer frente à rápida diminuição da demanda na esteira do coronavírus.

“Uma fase mais longa de flutuações nos preços pode ser esperada. O excesso de oferta e a demanda menor devem impedir qualquer recuperação inicialmente”, avalia o banco, projetando que o barril do Brent fique cotado a US$ 35 e o WTI a US$ 30 no segundo trimestre.