Dois dos três maiores partidos do Paquistão anunciaram, nesta terça-feira (13), um acordo de coalizão de governo que exclui partidários do ex-premiê preso Imran Khan, que foram os mais votados na eleição da semana passada.

A Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) e o Partido do Povo Paquistanês (PPP) anunciaram em entrevista coletiva que se propõem a formar uma maioria legislativa com outros pequenos partidos.

“Os partidos aqui presentes constituem cerca de dois terços da Câmara eleita”, ressaltou o presidente da PML-N, Shebaz Sharif.

Até o momento, os dois partidos não deram detalhes sobre como serão repartidos os principais cargos no governo.

Nas eleições da semana passada, Imran Khan estava inabilitado e seu partido, o Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI), não podia disputar como tal, mas os candidatos independentes que contavam com o seu apoio foram os mais votados, com cerca de 90 das 266 cadeiras em jogo. A PML-N, de Sharif, ficou em segundo, e o PPP, de Bilawal Bhutto Zardari, em terceiro.

Khan, um ex-jogador de críquete popular eleito chefe de governo em 2018 e deposto em 2022, foi inabilitado dias antes das eleições e condenado a três penas de prisão, sob acusações de corrupção e traição.

O ex-governante atribui seus problemas com a justiça ao Exército, que acusa de ter orquestrado a sua expulsão do poder.

O presidente da PML-N afirmou que os participantes da coalizão anunciada nesta terça-feira estavam até dispostos a incluir o PTI de Khan no próximo governo, e pediu para os envolvidos “sacrifiquem os interesses particulares e deixem de lado questões de ego” em prol da “melhoria do país”.

Porém, pouco antes, Khan, em uma breve aparição na prisão de Adiala, onde está detido desde agosto, descartou qualquer cooperação com seus rivais.

“Nunca estaremos junto com a PML-N ou o PPP”, declarou a um grupo de repórteres que cobriam uma audiência judicial nessa prisão nos arredores de Islamabad.

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