A ONUAids reabriu uma investigação por agressão sexual contra o ex-diretor adjunto da organização, o brasileiro Luiz Loures, depois que uma primeira investigação interna, muito criticada, o teria exonerado dos cargos, segundo uma carta à qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (27).

Loures, ex-diretor adjunto da ONUAids, foi acusado de assédio sexual e agressão sexual por Martina Brostom, funcionária da organização com sede em Genebra.

A abertura da nova investigação acontece depois que antigos e atuais colegas de Michel Sidibé, à frente da ONUAids desde 2009, e organizações da sociedade civil denunciaram sua má gestão da crise.

A investigação interna do Serviço de Avaliação e de Auditoria (IOS) das Nações Unidas sobre esses fatos, que teriam ocorrido e, 2015, concluiu em janeiro que não havia provas de que Loures tivesse assediado e agredido sexualmente a funcionária.

Mesmo assim, o diretor adjunto deixou a organização em março, mas os investigadores da ONU criticaram Sidibé por ter tentado resolver o caso de forma discreta.

A associação Code Blue, membro da plataforma Aids Free World, que apoia Brostom, enviou à AFP uma carta na qual o diretor adjunto da ONUAids, Joel Rehnstrom, assegura que a organização decidiu “suspender” as conclusões da investigação anterior.

“Me informaram da opinião do secretário-geral [da ONU, António Guterres], segundo o qual é de interesse para a organização reabrir a investigação, tendo em vista as novas acusações contra Loures”, indica Rehnstrom.

Nas últimas semanas, uma ex-executiva da ONUAids, Malayah Harper, acusou Loures de agressão sexual em 2014, e outras mulheres também fizeram isso de forma anônima.

Segundo a carta, a nova investigação ficará a cargo de outro organismo, a agência de inspeção interna, dependente da sede central da ONU em Nova York.