Um membro da Guarda Nacional dos Estados Unidos acusado de vazar documentos altamente confidenciais na internet tinha um histórico de declarações “violentas” e possuía várias armas, alegaram promotores federais durante sua audiência nesta quinta-feira (27).

O Departamento de Justiça também ressaltou que Jack Teixeira, de 21 anos, ainda poderia ter acesso a documentos sigilosos e que nações “hostis” poderiam ajudá-lo a fugir se ele fosse solto da prisão.

Durante uma audiência de custódia em Worcester, Massachusetts (nordeste), a Promotoria argumentou que Teixeira representa “um risco contínuo” para a segurança nacional dos Estados Unidos e deveria permanecer na prisão até o início de seu julgamento.

A defesa de Teixeira afirmou que seu cliente não tinha mais acesso a documentos sigilosos e afirmou que o governo estava exagerando o risco à segurança nacional.

O juiz de Massachusetts responsável pelo caso declarou que irá se pronunciar em uma data futura sobre o pedido de Teixeira para ser libertado sob pagamento de fiança à espera do julgamento.

Teixeira, um especialista em tecnologia da informação e comunicação da Guarda Nacional Aérea, é acusado de orquestrar o vazamento mais prejudicial de documentos secretos dos EUA em uma década.

Os documentos publicados online revelaram a preocupação dos Estados Unidos com a capacidade militar da Ucrânia contra as forças invasoras russas e mostraram que Washington teria espionado seus aliados Israel e Coreia do Sul.

Teixeira foi preso no início deste mês após uma investigação de uma semana e acusado de dois crimes que podem resultar em penas máximas de prisão de 10 e cinco anos.

Segundo o documento judicial apresentado na quarta-feira à noite, ele escreveu nas redes sociais em novembro que queria “matar um monte de gente” porque seria “sacrificar os fracos de mente”.

Os promotores também afirmam que o detido buscou o conselho de outro usuário das redes sociais sobre que tipo de fuzil seria fácil de operar a partir da parte de trás de uma caminhonete e buscou informações sobre ataques a tiros em massa na internet.

Neste sentido, destacaram que Teixeira possuía “um arsenal virtual de armas, incluindo rifles de ferrolho, fuzis, armas estilo AR e AK, e uma bazuca”, alguns “a apenas centímetros de sua cama”.

O documento diz que Teixeira foi suspenso de seus estudos do ensino médio em março de 2018, depois que um colega “o ouviu fazendo comentários sobre armas, incluindo coquetéis molotov, armas na escola e ameaças raciais”.

Sua libertação representa “um grave risco de fuga”, segundo os promotores federais.

Teixeira é acusado de “retenção e transmissão não autorizada de informações de defesa nacional” e “remoção e retenção não autorizada de documentos ou materiais classificados”.

Seus advogados argumentaram que Teixeira deveria permanecer sob a custódia do pai até o julgamento.

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